quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O autarca do futuro está em Moura



Distinção. Projecto de energia solar considerado como o mais inovador
José Pós-de-Mina eleito como uma das figuras do ano pela One World

No dia de Natal, a Central Fotovoltaica de Amareleja começou a funcionar em pleno, produzindo energia solar suficiente para abastecer 30 mil habitações do Alentejo. José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura, é um dos principais responsáveis pelo maior plano de energias renováveis do mundo e a sua fama já atravessou fronteiras. "Sem saber como é que isso aconteceu", conta o autarca, passou a figurar na lista das 10 personalidades de 2008 eleita pela organização internacional One World, que o classificou como o "autarca do futuro" da Europa.

A distinção foi anunciada em finais de Novembro e ainda há quem aborde o presidente da câmara nas ruas do concelho só para o felicitar: "A população de Moura sente-se orgulhosa com esta nomeação que acabou por ser uma honra para todos nós", diz José Maria Pós-de-Mina. O que começou por ser uma iniciativa para minimizar as dificuldades económicas e sociais do município acabou por transformar-se num projecto que fez do autarca um pioneiro no capítulo das energias alternativas: "O nosso objectivo passou sobretudo por reduzir uma das maiores taxas de desemprego do País e que se situa nos 15%."

Aproveitar um recurso que existe em abundância no concelho pareceu-lhe, portanto, "o caminho mais óbvio". E por isso não hesitou quando há oito anos uma empresa propôs a instalação de uma central solar na freguesia mais quente da Europa - a Amareleja. O projecto permitiu a criação de 120 postos de trabalho em Moura e foi apenas o princípio para pôr em prática outras ambições do autarca.
Em projecto estão também iniciativas como a rede Sunflower - que envolve autarquias de oito países europeus para criar comunidades livres de carbono - e a Rede Ecos, que aguarda financiamento da União Europeia para usar energias alternativas na construção civil: "Esperemos que esta distinção contribua para acelerar a realização destes sonhos", remata o autarca.
in DN

Central Solar de Amareleja custou 261 ME e já começou a produzir electricidade

Lisboa, 29 Dez (Lusa)

A maior central fotovoltaica do mundo, situada na Amareleja, entrou hoje em funcionamento após um investimento total de 261 milhões de euros, anunciou a Acciona Energia em comunicado.
A central fotovoltaica, com uma capacidade instalada de 46 megawatts (MW), vai produzir 93 milhões de kilowatts/hora (kWh) por ano, o equivalente ao consumo de mais de 30 mil famílias, evitando a emissão de 89.383 toneladas anuais de dióxido de carbono (CO2).
A central, que levou 13 meses a construir, ocupa uma área de 250 hectares e é composta por 2.520 seguidores solares, com 262.080 módulos fotovoltaicos.
Os primeiros três MW foram instalados em finais de 2007, com ligação provisória em Março de 2008. Durante o ano de 2008 foi feita a instalação do restante campo solar e, paralelamente, a construção da linha de evacuação de electricidade, concluída a semana passada com a ligação da central à rede.
Com este projecto, a Acciona, que detém a central a 100 por cento, reforça a sua liderança internacional em energia solar, refere o comunicado da empresa.
A empresa espanhola comprou a central solar da Amareleja, em Janeiro de 2007, à Câmara Municipal de Moura (88 por cento), à Comoiprel (dois por cento) e à consultora Renatura Networks (10 por cento).

ACF.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

in RTP

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Concerto de Fim-de-Ano por «Domingos & Amigos»

Concerto de Fim-de-Ano por «Domingos & Amigos», 27 de Dezembro (Sábado), 22:00, Espaço Polivalente da Casa do Povo de Santo Estêvão de Tavira
Nada melhor para encerrar este intenso ano de actividades na Casa do Povo de Santo Estêvão de Tavira (CPSE) do que o projecto «Domingos & Amigos», uma das grandes apostas desta casa e, também, um dos seus maiores sucessos de adesão.
Pela terceira vez, e certamente não a última, Domingos Caetano trará até à CPSE o seu conhecido repertório (lembramos que se trata do líder da conhecida banda «Íris») bem como a interpretação de sucessos de outras bandas nacionais e internacionais, dentro do Rock, género musical em que se movimenta.
A facilidade de comunicação de Domingos, associada à sua capacidade de unir gerações e à apresentação de novos artistas/valores (os seus amigos), são as mais-valias para uma despedida em grande de 2008.


Casa do Povo de Santo Estêvão de Tavira (CPSE)
Rua do Pinheiro S/N
8800-506 Santo Estêvão, Tavira
Algarve, Portugal

Telefone: +351 281 963 184

E-Mail:
geral@cpse.pt ou cpsantoestevao@gmail.com

Páginas:
http://www.cpse.pt/
http://cpsetavira.blogspot.com/
http://myspace.com/cpsetavira


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Saudações Bibliotecárias



A Equipa da Biblioteca Escolar e Centro de Recursos Educativos do Agrupamento Vertical de Escolas Dom Paio Peres Correia deseja a toda a comunidade escolar e seus familiares, a todas as BECRE's e a todos os utilizadores deste blogue, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Este ano...Natal? Já era!!!...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Feliz Natal em várias Línguas

Saudações de Natal
Aqui estão, em várias línguas, para desejar Feliz Natal!

Alemão - Frohe Weihnachten
Árabe - Mboni Chrismen
Bielo-russo - Winshuyu sa Svyatkami
Búlgaro - Vessela Koleda
Castelhano - Feliz Navidad
Checo - Vesele Vanoce
Chinês - Sheng Tan Kuai Loh
Chinês (Taiwan) - Kung His Hsin Nien bing Chu Shen Tan
Cingalês (Sri-Lanka) - Subha nath thalak Vewa, Nathar Puthu Varuda
Coreano - Sung Tan Chuk Ha ou Sungtan Chukha
Dinamarquês - Glaedelig Jul
Eslovaco - Vesele Vianoce
Esloveno - Srecen Bozic
Filipino - Maligayang Pasko
Finlandês - Hauskaa Joulua
Francês - Joyeux Noël
Gaélico (Irlanda) - Nollaig Shona dhuit
Georgiano - Gilotsavt Krist'es Shobas
Grego - Eftihismena Christougenna
Groenlandês - Glædelig Jul, Juullimi Ukiortaassamilu Pilluarit
Húngaro - Boldog Karácsonyt
Hebreu (Israel) - Mo'adim Lesimkha
Hindu (Índia) - Shub Christu Jayanti
Islandês - Gleðileg Jól
Italiano - Buon Natale
Japonês - Merii Kurisumasu (é Merry Christmas, à japonesa)
Letão - Priecigus ziemassvetkus ou Laimigu Jauno gadu
Lituano - Laimingu Kaledu
Macedónio - Streken Bozhik
Moldavo - Craciun fericit si un An Nou fericit
Neerlandês - Zalig Kerstfeest ou Prettige Kerstdagen
Nepalês - Krist Yesu Ko Shuva Janma Utsav Ko Upalaxhma Hardik Valthukkal Shuva
Norueguês - Gledelig Jul
Polaco - Boze Narodzenie
Português - Feliz Natal
Romeno - Sarbatori vesele
Russo - Hristos Razdajetsja ou Rozdjestvom Hristovim
Samoês - Manuia Le Kirisimasi
Servo-croata - Sretan Bozic
Sueco - God Jul
Tailandês - Ewadee Pe-e Mai
Turco - Yeni yiliniz kutlu olsun
Ucraniano - Veseloho Vam Rizdva
Ugandês - Webale Krismasi
Vietnamita - Chuc mung Giang Sinh


mais em junior.te

Celestina e o pinheirinho de Natal

Na clareira da floresta, Celestina viu um pinheiro pequenino:
— Oh, Ernesto, olha que pinheirinho tão bonito!
— Está todo torto, Celestina. Aqui foi uma plantação de pinheiros de Natal e deixaram ficar esse porque não era bonito.
— Mas é por isso mesmo que eu gosto dele, Ernesto!
Ernesto e Celestina fazem projectos para a festa de Natal.
— Celestina — diz — este ano podes escolher tudo o que quiseres para o Natal. Tudo. Uma festa a sério com todos os teus amigos.
— Posso mesmo escolher, Ernesto?... O que quiser? Acho que já sei…
— Sim? Então?
— Gostava de ter um Natal na neve, junto do meu pinheirinho.
*
Na manhã seguinte, Ernesto tenta convencer Celestina.
— Mas… este ano tu podes escolher tudo o que quiseres, Celestina. Tudo!
— Eu sei!
— Celestina… Nós vamos outra vez dar aquele passeio, vamos ver outra vez o pinheirinho… Uma festa a sério, Celestina, uma festa com todos os teus amigos, com prendas, íamos comprar daqueles chapeuzinhos…
Mas Celestina não muda de ideias.
— Com bolas de Natal, com bolachas e tudo… Música. Mas... o que é que tens? Celestina! Celestina?
— Estás decepcionado comigo, Ernesto? Ernesto, eu queria ter um Natal na neve a sério, contigo. Tu e eu, sozinhos, só nós dois. Acendíamos velinhas, tínhamos estrelas a sério no céu… Diz que sim, Ernesto, diz que sim!
— Pronto, está bem. Vais ter o teu Natal na neve. Até podíamos comer lá fora! E fazer uma fogueira!
— Oh, obrigada, Ernesto! E que mais? Diz lá!
— Eu também sonhei com um Natal na neve, quando era pequeno.
— Conta, Ernesto, conta!
*
À noite, Ernesto está a escrever umas cartas quando Celestina abre a porta da sala.
— Estava a chamar por ti, Ernesto. O que é que estás a fazer?
— Estou a escrever umas cartas.
— Cartas? Cheira tão bem! Estás a fazer bolos?
— Tens de ir dormir, Celestina…
Caro Vladimir:
Encontro no dia 24 pelas 10 horas. Eu e a Celestina estaremos no sítio onde cortaram os pinheiros de Natal.
Bebemos qualquer coisa e, em seguida, festejamos o Natal em nossa casa com bolos, café e com os amigos todos.
Ernesto
Caros amigos:
Venham com as crianças no dia 24 às 10 horas à clareira onde estavam os pinheirinhos de Natal.
Em seguida comemos bolos em casa.
Não digam nada à Celestina. É uma surpresa.
Ernesto
Caro Clemente
Vem com a tua mulher e com as crianças ao convívio no dia 24, pelas 10 horas na clareira do bosque. Depois aquecemo- -nos em minha casa.
Haverá bolos e café.
Não dizer nada à Celestina.
Ernesto
E foi a correr deitá-las no correio.
"Depressa! A Celestina não pode suspeitar de nada!"
— Ernesto! Onde é que estavas? Vamos fazer tudo o que disseste?
— Está prometido.
— Só nós?
— Só nós. Agora vai para a cama, Celestina.
No dia seguinte, Ernesto e Celestina vão ao bosque enfeitar o pinheirinho. Celestina põe-lhe fitas coloridas e brilhantes e muitas bolinhas. Enquanto isso, Ernesto junta lenha para a fogueira na floresta. Quando está tudo pronto, acendem o lume, duas velas e sentam--se no chão a comer e a olhar para o pinheiro. E nesse momento, começam a chegar mais pessoas.
— Oh! Ernesto, olha! Olha tanta gente que está a chegar! Não estamos sozinhos! Porque será?
Todos se cumprimentam, falam, cantam e dançam em volta do pinheirinho.
Quando chega a altura de ir embora, Celestina despede-se do seu pinheiro.
— Amanhã voltamos cá, mas só nós os dois, Celestina. Prometo.
— Então até amanhã, pinheirinho! O Ernesto prometeu-me!
O convívio com os amigos continua em casa. Ri-se, contam-se histórias…
— Agora é a tua vez, Ernesto. Conta-nos os natais da tua infância!
— Quando eu era pequeno… na minha família, no dia de Natal…
*
— Celestina, as minhas mais belas recordações de Natal são aqueles Natais que passei contigo depois que chegaste. Amanhã voltaremos ao teu pinheirinho… nós os dois.
— Só nós dois?
— Só nós dois…
Bom Natal!
Gabrielle Vincent
Ernest et Célestine – Le sapin de Noël
Paris, Casterman, 2003
Texto adaptado
O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar

O Homem Buzina

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Feira do Livro


Olá a todos!

Visite a nossa Feira do Livro, partilhe cultura e receba brindes.


Boas Festas para toda a comunidade escolar e para os nossos visitantes e colaboradores.




A Coordenadora da BE/CRE


Fátima Veríssimo

O melhor, em Física

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Recital de Natal 2008

Feira do Livro 2008 na BECRE

Cá está! Mais uma edição desta nossa feira.
Este ano irá decorrer na última semana de aulas do 1º período, entre 15 e 18 de Dezembro.
Como sempre, haverá novidades, apreços simpáticos.
O Grupo de Educação Musical também participará neste evento com o seu Recital de Natal.
Não faltes!

Consulta os programas definitivos.
Recital de Natal 2008
Feira do Livro

A outra face do Natal

Ceia de Natal, Confraternização. Troca de presentes. Festa de Ano Novo. Brinde. Beijos e abraços. Repleto de ritos sociais, o encerramento do ano é uma época que reforça o sentimento de solidão em muitos de nós. Até mesmo quem gosta de viver só durante o ano inteiro está sujeito a ser invadido por um desconforto inesperado ao perceber que não sabe com quem partilhar o peru de dia 24 ou o champanhe de dia 31. O golpe de solidão que chega com a última página do calendário não é exclusivo de quem está, literalmente, sozinho durante as datas festivas. Há aqueles que, no meio de ruidosos encontros familiares ou empresariais, mal conseguem disfarçar o mal-estar e a sensação de inadequação.
O Natal é um período consensualmente considerado de alegria e esperanças optimistas. Por norma é assim mas, para muitas pessoas, pode ser uma época muito triste e fazer-se acompanhar por sentimentos de solidão, desamparo e desânimo. A alegria, imposta pela sociedade, torna-se desconfortável para quem não consegue pôr de lado a angústia. O desgaste provocado pelo esforço em contemplar tudo e agradar a todos faz disparar os níveis de ansiedade numa escalada ascendente assim que surgem as primeiras propagandas de Natal e Ano Novo.
A "tristeza do Natal" é comum durante o frenesim de Dezembro ao fazermos balanços e projectos. Aquela que para muitos de nós é a época mais feliz do ano, para outros é precisamente o contrário. O Natal e os encontros de família podem transformar--se em momentos tristes e difíceis de suportar, especialmente se a pessoa já está deprimida. Paralelamente, nos meios de comunicação social é vendida urna mensagem que difere da realidade que a maioria das pessoas vive e sente, sobretudo num período de crise económica, desemprego, violência e incertezas em relação ao futuro. Não é raro ouvirmos comentários negativos em relação aos preparativos do Natal, traduzidas pelas célebres frases "Detesto o Natal" ou "Odeio quadras festivas".
Muitas vezes, o sentimento de desamparo e desânimo é provocado por datas que nos trazem lembranças tristes, seja por perdas, como a de entes queridos, separações, desemprego ou doenças. Todos esses factos provocam o que podemos chamar de tristeza natural. Entristecer não é deprimir. É a consciencialização da situação ou condição que não aquela que gostaríamos que fosse, independentemente de ser ou não fantasiosa. Afinal, todo o ser humano tem momentos de tristeza, faz parte da vida.
Mas, na generalidade, a "tristeza do Natal" é sazonal, de duração breve, decorre durante alguns dias ou semanas e, em muitos casos, termina quando as férias acabam e quando se retorna à rotina quotidiana. O mais importante é permitir a si próprio estar triste ou saudoso. Esses são os sentimentos normais, particularmente na época do Natal.
Porém, mesmo para quem é difícil contornar esta quadra, é importante tomar consciência de que esse sentimento é mais comum do que se imagina e de que há formas de superar a tristeza e angústia, e readquirir, pelo menos em parte, o espírito natalício. Deixar de lado projectos "extraordinários", propor-se objectivos realísticos, organizar o próprio tempo, elaborar listas de prioridades, fazer um plano e segui-lo, exercitar o pensamento positivo, são truques ao alcance de qualquer um.
Enfim, o segredo reside na capacidade de sair da ritualidade muito "litúrgica" das festas e procurar inventar novas maneiras de celebrar o Natal e o Ano Novo.
E porque não?… Ser solidário e desejar a paz ao resto do mundo!
Cláudia Fernandes

O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Livro do Mês (Dezembro) - O Rapaz do Pijama às Riscas, John Boyne


Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas.Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A noite de Natal do pequeno rei

Acorda, pequeno rei!

Estremunhado, o pequeno rei esfrega os olhos e senta-se na cama. Nisto bate com o nariz num lenço atado na ponta de um fio que pende do tecto.
— Ah, o lenço! De que é que não me queria esquecer?
Tu querias abrir a porta, pequeno rei.
O pequeno rei desliza descalço até à porta do quarto.
— Está bem assim? — pergunta, abrindo a porta.
Não, não é uma porta qualquer. É uma especial, a última! Pensa, pequeno rei!
— Já sei! — Corre para a biblioteca e pára em frente de um quadro.
Até que enfim! Estás no local certo.
O pequeno rei abre a última portinha do calendário do Advento, a do número 24. Bate palmas entusiasmado, e já está completamente acordado.
— Oh, que maravilha! Então hoje é Noite de Natal! Será que a árvore já está feita? Vamos lá ver.
Aos saltos de contente, dirige-se à porta da sala e tenta rodar a maçaneta da porta. Está fechada à chave.
O pequeno rei espreita pelo buraco da fechadura.
Nada de espiar, pequeno rei! Esta porta só se abre quando o sino tocar.
— Então ainda tenho de esperar muito tempo! Tempo de mais, até!
O pequeno rei dá meia volta e corre em direcção à porta da entrada.
Ei! Onde é que tu vais? Ainda estás em pijama!
— Está bem, pronto, eu visto-me primeiro.
Após alguns minutos, já está lá fora a esbracejar.
— Estão aqui rastos de trenó! Ah, apanhei-o! Está aqui!
O Pai Natal está aqui, na minha sala!
É possível. De certeza que está a preparar tudo para a Noite de Natal.
— Oh, tenho de ver isso! — exclama o pequeno rei, correndo para a janela. — Talvez consiga ver alguma coisa pelo lado de fora.
Tem paciência, pequeno rei.
— Ora, deixa-me em paz! Eu quero saber tudo, tudinho!
Com cuidado, o pequeno rei põe-se em bicos de pés para chegar ao parapeito exterior da janela. Mais acima! Mais um bocadinho… Zum! A persiana desce.
Aí está! Tem mesmo de ser uma surpresa.
Agora, o pequeno rei sente-se ofendido.
— Assim não, querido Pai Natal! Eu não deixo que me ponham de fora!
Sai dali a correr e desaparece na arrecadação.
Em que é que estás a pensar desta vez? Acalma-te. Até à distribuição dos presentes, o tempo passa depressa.
O pequeno rei não responde. Em vez disso, sai da arrecadação, arrastando pela neve uma escada enorme, que encosta contra o muro do palácio.
Pára com isso imediatamente!
Sobe para o telhado e senta-se diante da chaminé. Também tem uma cana de pesca com ele.
— Agora, vou pescar algumas bolachas de Natal. No meu palácio, eu faço o que quero.
E deixa cair o fio de pesca pela chaminé abaixo. Depois, dá à manivela e volta a puxar.
— Hurra! Uma estrela de canela! humm, destas é que eu gosto. Vamos lá repetir de novo.
O pequeno rei pesca mais bolachas de Natal.
— Oh, uma bolachinha de baunilha! Que maravilha! Que delícia! Este lugarzinho é mesmo um esconderijo calmo e escondido. Um lugarzinho com muitas bolachinhas, ah,ah,ah!
Felicíssimo, o pequeno rei põe-se a dar saltos e a rir.
Isso não tem graça nenhuma, pequeno rei. E não andes assim aos saltos, presta atenção. Cuidado! Oh, não! Escorregou, já não o consigo ver!
O pequeno rei escorrega do telhado, cai ruidosamente sobre um monte de neve e, em seguida aterra-lhe em cima neve do telhado. Já não se vê mais nada dele.
Onde estás, pequeno rei? Ainda estás vivo? Responde!
Mas ninguém responde. Em frente do palácio só está um boneco de neve.
Ei, boneco de neve, sabes onde está o pequeno rei?
— Enterrado — responde o boneco de neve. E grita depois: — Ajuda-me, Grete!
Vem aí o cavalo preferido do pequeno rei. Fareja o boneco de neve e empurra-o ligeiramente:
— Hiiii!!
Oh! Dentro do boneco de neve está escondido o pequeno rei! Grete, ele está a bater os dentes! Vai enregelar cá fora na neve.
— E…est… está mm… mui…to fffrio .
Grete agarra o pequeno rei pela ponta das calças e leva-o para o estábulo. Deita o amigo com cuidado na manjedoura e cobre-o com palha.
— Ah, Grete, que amorosa que tu és – suspira satisfeito o pequeno rei.
Olha, vem aí mais alguém. O esquilo Arbustinho trouxe-te uma noz.
— É muito boa.
E o cão Au-Au dá-te o seu osso preferido.
O pequeno rei arregala os olhos.
— Bem, talvez mais tarde, para a sopa.
O gato trouxe-te um cobertor e o Piu Piu vai cantar-te uma canção.
— Que simpático! E é tão natalício!
Muito bonito, até parece um presépio de Natal: palha na manjedoura, o boi e o burro ao lado…
— Como? – o pequeno rei e a Grete fazem uma cara de indignados.
Bem… não: o rei e o cavalo. Ainda tens frio?
— Está melhor. É quentinho e faz coceguinhas boas. É agradável.
Dlim-dlão! Grete e o pequeno rei esticam os pescoços.
O sino de Natal está a chamar para a distribuição das prendas.
Dlim-dlão.
Com um salto, o pequeno rei sai da manjedoura.
— Ah, até que enfim! Agora vai começar.
Com mais calma, pequeno rei.
Corre para o palácio direito à árvore de Natal. Que bonita está! Ainda mais do que no ano passado. Todas as velas ardem, a grinalda reluz, e nos ramos estão penduradas figurinhas de madeira e bolachinhas redondas.
— E aqui estão as prendas.
Há também um prato com bolachas em cima da mesa posta. Hum, que bem que cheira o assado de Natal.
O pequeno rei mete à boca uma bolacha e abre a primeira caixa.
— Estou tão nervoso. O que haverá lá dentro? Oh, um jogo de xadrez novo.
Ei, alguém bate à porta. Ora vê quem está à janela: os teus amigos do estábulo. Eles também estão curiosos.
O pequeno rei abre outra prenda sem prestar atenção ao que lhe dizem.
— Ah, deixa-me em paz, tenho de desembrulhar as prendas.
O que haverá dentro desta caixa? Oh, um lenço com um nó!
— Mas isto não é nenhuma prenda a sério! Será que me tornei a esquecer de alguma coisa?
Com certeza! Afinal querias abrir uma porta! A porta mais importante do Natal. Tu já sabes…
O pequeno rei ri:
— Claro, um rei sabe sempre tudo!
Corre para a porta principal e abre-a. Todos os animais estão na entrada e olham-no com expectativa. Pouco tempo depois, já todos estão sentados a comer debaixo da árvore de Natal.
— Ora prova lá esta bolacha com açúcar!
— Hiiii.
— Miaauuu.
— Claro que podes comer as da árvore!
Todos riem, estão felizes e dividem entre si as bolachas e o assado.
Bom, então um feliz Natal a todos!
Hedwig Munck
Der kleine König: neue Geschichten
mit der kleinen Prinzessin
Plauen, Junge Welt, 2002


O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Espaço Zero



ESPAÇO ZERO

Gabinete de Apoio ao Aluno

Espaço aberto a todos os alunos que o queiram frequentar! Todos!
Todos os alunos que sintam necessidade de “desabafar” com alguém que seja capaz de os ouvir e ajudar podem (e devem) procurar este espaço!

Não te isoles!
Se tens problemas procura ajuda! Nós estamos aqui para isso!

Aparece!

Espaço Zero

A Escola D. Paio Peres Correia criou um novo gabinete de apoio ao aluno, o “Espaço Zero”. Coordenado pelo professor Luís Romão, Professor-Tutor na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Tavira, o gabinete pretende ser mais um mecanismo para combater o absentismo escolar e o desinteresse dos alunos pela escola. É também objectivo deste espaço ajudar a resolver conflitos existentes e ouvir os alunos.
O “Espaço Zero” tem o intuito de se tornar num local agradável onde os alunos se sintam confortáveis e possam desabafar com pessoas mais velhas, não no sentido de depois ouvir o “sermãozinho da ordem”, mas de aliviá-los das suas preocupações. Este espaço proporcionará uma maior interactividade entre professores e alunos contribuindo assim para a melhoria das relações e consequentemente para a criação de um ambiente mais aprazível para o processo de ensino-aprendizagem.
O nome “Espaço Zero”, sugerido por alguns alunos, pretende ser um espaço neutro onde aluno e professor possam interagir da melhor maneira.
A articulação com a CPCJ de Tavira é fundamental para a resolução de qualquer situação que requeira intervenção desta comissão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A manhã do dia de Natal

Rob tinha quinze anos e vivia numa quinta. Todas as madrugadas se arrastava para fora da cama para ajudar a mungir. Às vezes, sentia que o esforço era demasiado.
Rob gostava do pai. Não sabia até que ponto, quando um dia, um pouco antes do Natal, ouviu o pai a dizer à mãe:
Mary, custa-me muito chamar o Rob de manhã. Ele está a crescer muito depressa e precisa de dormir. Gostava de conseguir desembaraçar-me sozinho.
― Mas não consegues, Adam.
A voz da mãe era determinada.
Eu sei ― disse o pai lentamente ― mas a verdade é que me custa mesmo ter de o chamar.
Ao ouvir estas palavras, Rob sentiu algo a mexer dentro dele: o pai amava-o! Nunca antes pensara nisso. Passou a levantar-se mais depressa. O sono fazia-o tropeçar e vestia a roupa com os olhos bem fechados. Mas, mesmo assim, levantava‑se.
Na véspera de Natal do ano em que fazia quinze anos, estava deitado a olhar pela janela do sótão e a desejar ter um melhor presente para o pai do que uma gravata de dez cêntimos comprada na loja.
Lá fora, as estrelas brilhavam, e havia uma em particular que lhe parecia ser a Estrela de Belém.
Pai ― perguntara uma vez ― o que é um estábulo?
É apenas um celeiro como o nosso ― respondera o pai.
Então Jesus nascera num celeiro, e fora para um celeiro que os pastores e os reis magos se tinham dirigido, com os seus presentes de Natal.
Ficou siderado com a ideia. Por que não dar um presente especial ao pai? Podia levantar-se cedo, mais cedo do que as quatro horas, e esgueirar-se para o celeiro para mungir. Faria tudo – mungir e limpar – sozinho. Quando o pai chegasse, veria tudo já feito. E saberia quem o fizera.
Nessa noite, deve ter acordado umas vinte vezes. Às três menos um quarto, levantou-se e vestiu-se. Desceu silenciosamente as escadas, tendo especial cuidado com as tábuas que rangiam, e saiu. Uma grande estrela cor de ouro avermelhado pairava por cima do celeiro. As vacas olhavam-no, sonolentas e surpreendidas.
Nunca antes mungira sozinho, mas parecia fácil. Não parava de pensar na surpresa que o pai teria. Sorria e mungia com segurança, deitando para a selha dois fortes jactos, espumosos e perfumados. As vacas estavam surpreendidas mas anuíam. Era a primeira vez que se portavam bem, como se soubessem que era Natal.
A tarefa foi desempenhada com mais facilidade do que habitualmente. Pela primeira vez, mungir não era penoso. Era algo de diferente: um presente para um pai que o amava.
De volta ao quarto, só teve tempo de tirar a roupa no escuro e de saltar para a cama, porque já ouvia o pai a levantar-se. Cobriu a cabeça com os lençóis para silenciar a respiração ofegante. A porta abriu-se.
Rob! ― chamou o pai. ― Temos de nos levantar, filho, mesmo sendo Natal.
― 'Tá bem ― disse com sono.
Vou indo ― disse o pai. ― Vou pondo as coisas a andar.
A porta fechou-se e Rob ficou quieto, a rir com os seus botões. Os minutos nunca mais passavam – dez, quinze, não sabia quantos – até que ouviu de novo os passos do pai.
― Rob!
― Sim, Pai?
O pai estava a rir, um riso esquisito, soluçante.
― Pensavas que me enganavas, não?
― É por ser Natal, Pai!
O pai sentou-se na cama e apertou-o contra si, num grande abraço. Estava escuro e não conseguiam ver os rostos um do outro.
― Agradeço-te, filho. Nunca ninguém fez coisa mais bonita…
― Oh, Pai.
Não sabia o que dizer. O seu coração transbordava de amor.
― Bom, parece que posso voltar para a cama ― disse o pai, volvido um momento.
― Espera… estás a ouvir? Os pequeninos já estão a acordar. Agora que penso nisso, nunca vos vi a olhar pela primeira vez para a árvore de Natal. Estava sempre no celeiro. Anda daí!
Rob levantou-se, vestiu-se de novo e desceram para ver a árvore de Natal. Depressa o Sol tomou o lugar da estrela. Oh, que Natal aquele, e como o seu coração quase rebentou de timidez e alegria quando o pai contou à mãe e aos mais novos que ele, Rob, se tinha levantado sozinho.
― O melhor presente de Natal que alguma vez tive, e hei-de recordá-lo, meu filho, todos os anos na manhã de Natal, enquanto for vivo.
Pearl S. Buck
Lighting candles in the dark
Philadelphia, FGC, 2001


O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar

Conjugador de Verbos

F A N T Á S T I C O!

Para professores, alunos e todos aqueles que escrevem muito.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A vela - uma luz

Durante o Advento, gostamos de nos sentar diante de uma vela acesa, procurando encontrar, na sua luz, a paz. As velas, os castiçais, exerceram, desde sempre, sobre os homens uma atracção particular. A sua luz é cheia de doçura. Ao contrário do néon, cuja luz é tão crua, a luz da vela só ilumina o espaço à nossa volta, deixando tudo o resto na penumbra. O seu brilho difunde-se num ameno calor. Não se trata de uma fonte de iluminação artificial que deve expandir-se igualmente sobre todas as coisas. Pelo contrário, a luz da vela possui, na sua essência, as qualidades do mistério, do calor, da ternura. À luz da vela podemos olhar‑nos a nós próprios; percebemos então, com um olhar mais doce, a nossa realidade, muitas vezes tão dura. Esta doçura dá-nos coragem para nos vermos tal como somos, e para assim nos apresentarmos diante de Deus. Podemos então aceitar-nos a nós mesmos.
A luz da vela não ilumina apenas, ela também aquece. E, além disso, com o seu calor, traz o amor para o nosso espaço. Preenche o nosso coração com um amor mais profundo e mais misterioso do que o dos seres aos quais nos sentimos unidos: um amor que provém de uma inesgotável fonte divina, um amor que não é frágil como aquele que trocamos entre nós, humanos.
Se deixarmos que essa luz penetre no nosso coração, podemos então sentir-nos plenamente queridos, com um amor que torna tudo, em nós, digno de ser amado.
É, afinal, o amor de Deus que vem até nós nesta luz da vela. A luz nasce da cera que arde: imagem de um amor que se consome. Ela dura enquanto dura a cera, sem pretensões de economia. No entanto, é preciso, por vezes, diminuir a mecha, sem o que a chama pode subir demasiadamente alto e espalhar a fuligem à sua volta. Há também uma forma de amar demasiadamente intensa, na qual nos esgotamos de modo excessivo. Um tal amor não faz bem, nem a nós próprios nem aos outros, que são sensíveis ao que nele há de "fuligem": as intenções subjacentes, o excesso de vontade, o artifício, tudo o que faz com que esse amor não traga luz aos outros, mas antes obscuridade.
A vela compõe-se de dois elementos. Há em primeiro lugar a chama, símbolo da espiritualidade que se eleva até ao céu. Conta a lenda que a oração dos padres do deserto transformava os seus dedos em chamas de fogo. A vela que arde é pois uma imagem da nossa prece. Assim os peregrinos gostam de acender, uma vez chegados ao fim da sua viagem, um círio que colocam no altar ou diante de uma estátua da Virgem, persuadidos de que a sua oração durará enquanto durar a chama. Esperam deste modo que a oração possa trazer luz às suas vidas e ao coração daqueles por quem acenderam o círio.
O segundo elemento da vela é a cera que se consome. Para a Igreja dos primeiros tempos, a vela, o círio, era, por isso mesmo, um símbolo de Cristo, Deus e homem ao mesmo tempo. A cera é a imagem da sua natureza humana que ele sacrificou por amor a nós, e a chama é a imagem da sua divindade. As velas que acendemos durante o Advento e no Natal lembram-nos assim o mistério da Encarnação de Deus em Jesus Cristo.
Nessa vela, é o próprio Cristo que se torna presente entre nós, e é ele que, com a sua luz, ilumina a nossa casa e o nosso coração, e os aquece com o seu amor. E é precisamente através da sua natureza humana que resplandece a natureza divina de Jesus. A vela mostra-nos pois, também, o mistério da nossa própria encarnação. Através do nosso corpo, é Deus que deseja fazer brilhar a sua luz neste mundo. Desde o nascimento de Jesus que ela brilha em cada rosto humano.
A ti que me lês, desejo que leves a muitos outros seres, durante o Advento, uma luz que ilumine, com doçura, tudo aquilo que eles prefeririam não ver neles próprios. Tornar-te‑ás então, para eles, tal como a vela, uma fonte de vida e de amor.
Anselm Grün
Petite méditation sur les fêtes de Noël
Paris, Ed. Albin Michel, 1999
O Clube de Contadores de Histórias
eb23s@contadoresdehistorias.com
http://www.prof2000.pt/users/historias/
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Concurso de Títulos para o Jornal da BE/CRE



Objectivo

A Biblioteca Escolar pretende, este ano lectivo, iniciar a publicação de um Jornal trimestral como forma de motivar os alunos para a escrita e como meio de comunicação entre a Escola e a comunidade. Para concretizar este objectivo é necessário, em primeiro lugar, proceder à escolha do nome. Por conseguinte, irá decorrer um Concurso de Títulos de modo a determinar o nome a atribuir ao nosso jornal.

Regulamento

1. Podem participar todos os alunos do Agrupamento, individualmente.

2. Cada participante poderá apresentar até duas propostas de títulos de jornal.

3. A participação só é possível mediante o preenchimento do impresso próprio:


Escola EB 2/3 Dom Paio Peres Correia - Tavira
Concurso de Títulos – Jornal da BE/CRE

O meu título é:_____________________________________

O meu pseudónimo é:_________________________________________




4. As propostas serão entregues em envelope fechado, com a indicação do pseudónimo.

5. Os participantes deverão entregar outro envelope fechado contendo no interior a sua identificação (nome, número, ano e turma) e no exterior o respectivo pseudónimo.

6. O júri será constituído pela equipa da BECRE da Escola-sede e pela Coordenadora da BECRE da Escola EB1 nº 2 de Tavira.

7. O concurso decorre de 24 de Novembro a 18 de Dezembro e os trabalhos deverão ser entregues na Biblioteca da Escola Dom Paio Peres Correia.

8. Ao vencedor do concurso será atribuído um prémio em material escolar.

9. O nome do vencedor será divulgado na Escola e publicado no Blogue da BECRE.


A Coordenadora da BE/CRE


Profª Fátima Veríssimo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PIEF de Tavira organiza actividade de São Martinho





PIEF de Tavira organiza actividade de São Martinho

A turma de PIEF da Escola D. Paio Peres Correia organizou mais uma vez uma actividade de São Martinho. A oferta de castanhas para toda a comunidade escolar foi um autêntico sucesso. A fila era enorme e nem os professores faltaram à chamada. “As castanhas assadas estavam bué de fixes!” diziam os alunos, enquanto os professores num tom mais coloquial diziam que estavam “divinais”. A turma de PIEF está empenhada em realizar mais actividades do género que envolvam toda a comunidade escolar. Ficaremos a aguardar…

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Os Magos que não chegaram a Belém

Há sempre os que conseguem e os outros. Os que ficam pelo caminho. Com os magos aconteceu o mesmo. Só três – os reis Baltasar, Melchior e Gaspar – chegaram a Belém e deixaram os seus presentes, de ouro, incenso e mirra, aos pés do Menino. Mas os magos, sacerdotes que estudavam o céu e os seus astros, eram muitos. E outros se puseram a caminho, seguindo aquela estrela, súbito, nascida no firmamento e mais brilhante do que todas as outras que aqueciam a noite.
Desses, três sacerdotes da Caldeia, adoradores do sol e da natureza, porque dela se sentiam dependentes, decidiram também partir juntos para melhor enfrentarem os perigos de uma viagem, sem estrada conhecida, na esperança de alcançarem a Luz que aquele sinal anunciava. Não eram reis, nem tinham coroa, nem sequer montada de camelo ou burrinho manso. Também não levavam presentes, apenas a ansiedade dos seus corações. E, confiantes, abandonaram as margens verdes do Eufrates, o trilho conhecido das caravanas e, guiados pela estrela, puseram-se a seguir a liberdade dos caminhos, crentes de que a força da esperança e da fé (não conheciam ainda o Amor) lhes permitiria chegar. Onde? Não sabiam. Mas lá, junto daquela Luz que havia de transformar o mundo, de águas transparentes, fulvos desertos varridos pelo vento e frescos oásis, que reflectiam o azul entre o verde nas palmeiras, no paraíso, aonde os homens ansiavam regressar. E nessa esperança caminhavam. Não por carreiros atapetados pelo musgo dos presépios, que vieram séculos depois, e se nos tornaram familiares, na infância, com seus trilhos fáceis de serrim, lagos-espelhinhos onde nadavam patos, anacrónicas gentes quotidianas: lavadeiras, vendedoras de castanhas e galinhas, pastorzinhos de gado tresmalhado por veredas, cortadas por mudos riachos de papel prateado. Também não caminhavam por entre as sombras frondosas e frescas, com possibilidade de pousada em palácios e castelos, como quis a pintura e os seus mestres. Caminhavam pelo silêncio, com a sua fome e a sua sede, o calor do dia e o frio das noites, solitárias. Palmilhavam o oceano das dunas do deserto, à luz da lua, como se o fizessem pelo pó de todas as clepsidras do tempo. E nem sequer dormiam num leito, irmanados pelo mesmo lençol de pedra, como o românico fixou os outros três, mais conhecidos, com as suas coroazinhas na cabeça. Enrolavam-se apenas no sono que os descansava do cansaço dos dias e lhes dava novas forças, que refaziam com a água e as tâmaras dos oásis, o pão e os figos secos que tinham trazido.
Às vezes, quando o olho do sol se tornava ígneo ou paravam para uma refeição ou um descanso, discutiam a direcção que vinham a seguir.
— Não vos parece que a estrela aponta a Judeia? — perguntava um.
Os outros, incrédulos, pensavam secretamente se haveria alguma coisa a esperar de um povo escravizado pelos romanos e encolhiam os ombros.
— A mim parece-me antes o Egipto o rumo indicado — atrevia-se o mais novo. — E a vós?
— É ainda cedo para uma certeza, mas em breve o saberemos...
E retomavam a caminhada até pela noite dentro – a estrela sempre adiante, lanterna que os não deixaria perder. Duas noites de névoa, porém, esconderam-na aos seus olhos, ansiosos. E então, desorientados, disputaram azedamente, perdidos e sem rumo. Todavia, na terceira noite, a estrela reapareceu, mais cheia de brilhos, como se no seu bojo houvesse mil reflexos de espelho. Quem, conhecendo a Luz, deseja continuar nas trevas? Nem sentiam o cansaço, a língua encortiçada pela sede, o olhar enceguecido pelas tempestades de areia, o ventre cavado pela marcha e pelo magro alimento. A esperança, serpente de água, a esgueirar-se, fugidia, entre os juncos, tinha regressado aos seus corações.
A noite do solstício aproximava-se e eles estavam certos de que, se aquela Luz anunciava algum acontecimento, ele teria lugar na noite sagrada, pois o sol era a alegria e o pão da terra. E, ao mesmo tempo, não podiam deixar de sentir uma certa inquietação em face daquela claridade que aumentava de brilho como a anunciar uma Outra que apagaria a do próprio astro de que eram adoradores. Seria realmente aquela a Luz que tornaria o mundo de manhãs claras, tardes ardentes e noites estreladas, mais perfeito, menos rasgado por ódios, guerras e injustiças? Quem podia ter a certeza? Do que parecia não haver dúvidas era de que a estrela indicava a Judeia. Tinham de render-se à evidência. E nessa direcção seguiam agora, os pés já feridos do caminho, cada vez mais áspero e pedregoso. Mas, mesmo forçando a marcha e lutando contra o tempo e o cansaço, a noite desejada encontrou-os à boca do Mar Morto e a estrela fazia jorrar a sua cratera de brilhos mais para além, mais para o norte. Exaustos, não podiam seguir adiante. Mas o cristal de miríades de luzeiros, que pareciam mais belos e mais luminosos no silêncio suspendido do ar gelado, permitia-lhes procurarem uma gruta para se abrigarem e dormirem, antes de continuarem a jornada. E foi o que fizeram.
Aqui! — gritou o mais jovem, que caminhava na dianteira.
Os outros, mais trôpegos e cansados, juntaram-se-lhe.
Era uma caverna escurecida pelo fumo das fogueiras dos pastores e que, embora vazia, parecia uma boca de forno, ainda quente do bafo dos animais.
— Escutem! — disse um deles.
À medida que penetravam na gruta, ouviam vagidos, que julgaram de animal ferido. Todavia, quando reacenderam o fogo, deparou-se-lhes uma criança recém-nascida, nua e roxa, a chorar de frio e fome.
— Quem teria tido a coragem de a abandonar?! — indignou-se o mais velho, que rasgou logo um pedaço de manto e a envolveu.
— Pobrezinha, como chora!
Os outros debruçaram-se também, carinhosos e solícitos, sobre o pequeno fardo. Depois olharam-se, perplexos. Que fariam? Podiam aquecê-la, protegê-la – mas como alimentá-la?
E foi então que ouviram, vindos do fundo da gruta, outros vagidos.
— Ide ver! — pediu o mais idoso, que se tinha sentado perto do lume, tentando aquecer a criança, enquanto a embalava, desajeitadamente, nos seus braços, nodosos e velhos.
Os outros juntaram uns gravetos secos e atearam-nos nos tições, acesos, e com aquela débil claridade varreram as sombras. No fundo da gruta estava uma ovelha, de úberes cheios e dolorosos, que lambia a sua cria morta. Era uma noite santa aquela. Ali estava a prova. E, contentes, arrastaram o animal até junto do companheiro e da criança. Depois, com muito jeito e devagar, enquanto um segurava o animal, o outro fazia pingar umas gotas de leite para a boquinha, que em breve se tornou sôfrega. Pacientes, continuaram a tarefa e viram-se recompensados. Aquecida e consolada, a criança aquietou-se. O mago que a tinha nos braços, como um avô, e os outros começaram a tratar da magra ceia e a assar, nas brasas, os figos secos que lhes restavam.
— Temos de regressar... — disse, então, o mais velho, depondo a criança adormecida num recôncavo largo de rocha, não longe do borralho.
Assim terá de ser — concordou logo outro.
— Somos homens e sacerdotes e nunca seremos uma família para a criança. Temos de nos apressar a entregá-la a uma mulher piedosa que cuide dela e a eduque juntamente com os filhos.
— Sim, ou a uma mulher estéril para quem seja a bênção desejada — tornou o primeiro. — Mas isso resolveremos depois do regresso. O urgente é regressarmos.
— Regressar?! E a Luz que vínhamos a seguir? — protestou o mais novo, para quem era doloroso, depois de tantos trabalhos e canseiras, não levar a cabo o que se tinha proposto. — Desistimos assim da Luz que nos guiou até aqui? Desistimos, agora, quando estávamos já perto?
— Compreendo o que sentes, irmão, também já fui novo... Mas há a criança. Como poderemos abandoná-la?
— Sim... há a criança — e também o mais novo, que tanto se tinha esforçado por alimentá-la, se inclinou e sorriu para vê-la dormir.
— A Luz que vínhamos a seguir — ponderou ainda o mais velho — não poderá ser ocultada e dela teremos notícia. Lembremo-nos de que a Luz ilumina e nem mesmo as trevas podem escondê-la para sempre. O nosso caminho é o do regresso e será longo, pois teremos de nos revezar com a criança nos braços, embora seja já uma bênção termos a graça de um alimento que ainda sobrará para um gole de sede nosso. Descansemos, agora, enquanto dorme.
— Tens com certeza razão — concordou o mais novo, que também não se sentia capaz de recusar a criança, presente da noite santa e, quem sabe, daquela misteriosa Luz.
O braseiro consumia-se, lento, perfumado pelo açúcar dos figos assados nas brasas. A ovelha deitara-se junto da criança, aninhando-a na sua lã, também ela apaziguada, como se tivesse recuperado a sua cria. Uma paz despetalava-se no silêncio da noite e caía sobre a gruta.
Esta foi a história. Não adoraram o Messias, salvador, o que devia chegar para que a paz e a justiça florissem até ao fim das luas, o que teria compaixão do fraco e do pobre e havia de lançar a sua bênção sobre todas as raças, povos e línguas. O anjo do Senhor não lhes apareceu, nem foram envolvidos na sua claridade. Não ouviram cantar: «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade».
Mas tinham vivido o Amor, essência daquela doutrina que ainda não tinha sido pregada e ninguém registara ainda. No mais íntimo dos seus corações tinham sentido aquela verdade: «O que fizerdes ao mais pequeno e ao mais ínfimo a Mim o fareis». E naquela noite, em que os animais falaram, as flores abriram o esplendor das suas pétalas nas trevas como se as entregassem à luz do meio-dia, e as pedras puderam deslocar-se para se dessedentarem nos regatos mais próximos, adormeceram com a criança aconchegada entre eles.
Longe, a estrela fazia descer a sua cascata de fogo sobre Belém de Judá.
Luísa Dacosta
Natal com Aleluia
Porto, Ed. ASA, 2002
Adaptação
O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar