quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Prémio Nobel da Literatura 2011 - Tomas Tranströmer

O Prémio Nobel da Literatura 2011 foi atribuído a Tomas Tranströmer, anunciou esta quinta-feira a Academia Sueca, em Estocolmo. É o sétimo autor sueco a ser premiado pela Academia.

O poeta, de 80 anos, ganhou devido às suas «imagens translúcidas», que nos deram um «novo acesso à realidade», justificou a Academia, que desde 1996 não entregava o prémio a um poeta.

O prémio tem o valor monetário de dez milhões de coroas suecas, cerca de 1,1 milhões de euros. A cerimónia de entrega dos Prémios Nobel 2011 realiza-se no próximo dia 10 de Dezembro, na capital sueca.

Na edição anterior, em 2010, o Nobel da Literatura distinguiu o escritor de origem peruana Mário Vargas Llosa, autor de «Conversa n'A Catedral» e de «Guerra do Fim do Mundo».

Tranströmer, o poeta do surreal
O poeta sueco é também psicólogo (formado pela Universidade de Estocolmo, em 1956, e clínico até 1990) e tradutor. A sua obra ocupou um lugar de destaque na literatura dos anos 1950. De acordo com a nota da Academia dos Prémios Nobel, será o mais conhecido poeta escandinavo da actualidade para os falantes de língua inglesa.

A maior parte da sua obra está escrita em verso livre, apesar de ter feito também experiências com linguagem métrica.

O seu universo literário descreve um imaginário de magia, onde o surreal é traduzido pela poesia. A sua obra está traduzida em mais de 60 línguas. Tranströmer não tem obra traduzida em português. No entanto, está representado na coletânea «21 poetas suecos», editada pela Vega, em 1981. Neste livro escreveu poemas sobre o Funchal e Lisboa.

Tomas Tranströmer nasceu em Estocolmo em 1931. Filho de um jornalista que se divorciou da mãe, professora, quando ainda era pequeno. Por ter vivido com a mãe, teve muito pouco contacto com o pai, refere a nota biográfica divulgada pela Academia do Prémio Nobel.

Na sua infância, passou muitos Verões na ilha de Runmarö, o que veio a inspirar directamente a matriz dos seus poemas.

Os interesses de Tomas Tranströmer passaram pela pintura e pela música, mas também pela arqueologia e ciências naturais em geral.

O galardoado começou cedo a escrever, tinha 13 anos e andava na escola de latim Södra. Foi influenciado pelas leituras de poesia, género que começou a apreciar.

O primeiro livro foi publicado quando tinha 23 anos («17 dikter» - «17 Poemas», 1954). Os seus poemas são construídos a partir da sua própria experiência, das percepções psicológicas e interpretações metafísicas do seu mundo.

Em 1997, a cidade operária de Vaesteraas, onde viveu 30 anos, antes de regressar a Estocolmo nos anos 1990, criou o Prémio Transtroemer.

Em 1990 Tranströmer sofreu um acidente vascular cerebral que lhe afectou a fala, deixando-o parcialmente afásico e hemiplégico.

Vive actualmente numa ilha e continuou a escrever, tendo desde então publicado três obras. Ao todo tem cerca de 15 obras numa longa carreira dedicada à escrita e venceu numerosos prémios literários, como o Prémio Literário do Conselho Nórdico, em 1990.

A primeira obra que publicou após o AVC, seis anos depois, é um livro de poemas intitulado «A Gôndola Mágoa», que vendeu 30 mil exemplares, um número incomum em matéria de poesia.

Alguns livros publicados pelo poeta sueco:
«17 dikter» (1954) - «Seventeen Poems»
«Hemligheter på vägen» (1958)
«Den halvfärdiga himlen» (1962) - «The Half-Finished Heaven»
«Klanger och spar» (1966) - «Windows and Stones»
«Mörkerseende» (1970) - «Night Vision»
«Stigar» (1973) - «Paths»
«Östersjöar» (1974) - «Baltics»
«Sanningsbarriären» (1978)
«Det vilda torget» (1983)
«För levande och död» (1989) - «For the Living and the Dead»
«Sorgegondolen» (1996)
«Den stora gåtan» (2004)
«Galleriet: Reflected in Vecka nr.II» (2007)- um livro artistic por Modhir Ahmed
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