O poeta, de 80 anos,
ganhou devido às suas «imagens translúcidas», que nos deram um «novo acesso à
realidade», justificou a Academia, que desde 1996 não entregava o prémio a um
poeta.
O prémio tem o valor
monetário de dez milhões de coroas suecas, cerca de 1,1 milhões de euros. A
cerimónia de entrega dos Prémios Nobel 2011 realiza-se no próximo dia 10 de
Dezembro, na capital sueca.
Na edição anterior, em
2010, o Nobel da Literatura distinguiu o escritor de origem peruana Mário
Vargas Llosa, autor de «Conversa n'A Catedral» e de «Guerra do Fim do Mundo».
Tranströmer, o poeta do surreal
O poeta sueco é também
psicólogo (formado pela Universidade de Estocolmo, em 1956, e clínico até 1990)
e tradutor. A sua obra ocupou um lugar de destaque na literatura dos anos 1950.
De acordo com a nota da Academia dos Prémios Nobel, será o mais conhecido poeta
escandinavo da actualidade para os falantes de língua inglesa.
A maior parte da sua obra
está escrita em verso livre, apesar de ter feito também experiências com
linguagem métrica.
O seu universo literário
descreve um imaginário de magia, onde o surreal é traduzido pela poesia. A sua
obra está traduzida em mais de 60 línguas. Tranströmer não tem obra traduzida
em português. No entanto, está representado na coletânea «21 poetas suecos»,
editada pela Vega, em 1981. Neste livro escreveu poemas sobre o Funchal e Lisboa.
Tomas Tranströmer nasceu
em Estocolmo em 1931. Filho de um jornalista que se divorciou da mãe,
professora, quando ainda era pequeno. Por ter vivido com a mãe, teve muito
pouco contacto com o pai, refere a nota biográfica divulgada pela Academia do
Prémio Nobel.
Na sua infância, passou
muitos Verões na ilha de Runmarö, o que veio a inspirar directamente a matriz
dos seus poemas.
Os interesses de Tomas
Tranströmer passaram pela pintura e pela música, mas também pela arqueologia e
ciências naturais em geral.
O galardoado começou cedo
a escrever, tinha 13 anos e andava na escola de latim Södra. Foi influenciado
pelas leituras de poesia, género que começou a apreciar.
O primeiro livro foi
publicado quando tinha 23 anos («17 dikter» - «17 Poemas», 1954). Os seus
poemas são construídos a partir da sua própria experiência, das percepções
psicológicas e interpretações metafísicas do seu mundo.
Em 1997, a cidade operária
de Vaesteraas, onde viveu 30 anos, antes de regressar a Estocolmo nos anos 1990,
criou o Prémio Transtroemer.
Em 1990 Tranströmer sofreu
um acidente vascular cerebral que lhe afectou a fala, deixando-o parcialmente
afásico e hemiplégico.
Vive actualmente numa ilha
e continuou a escrever, tendo desde então publicado três obras. Ao todo tem
cerca de 15 obras numa longa carreira dedicada à escrita e venceu numerosos
prémios literários, como o Prémio Literário do Conselho Nórdico, em 1990.
A primeira obra que
publicou após o AVC, seis anos depois, é um livro de poemas intitulado «A
Gôndola Mágoa», que vendeu 30 mil exemplares, um número incomum em matéria de
poesia.
Alguns livros publicados
pelo poeta sueco:
«17 dikter» (1954) - «Seventeen Poems»
«Hemligheter på vägen» (1958)
«Den halvfärdiga himlen» (1962) - «The Half-Finished
Heaven»
«Klanger och spar» (1966) - «Windows and Stones»
«Mörkerseende» (1970) - «Night Vision»
«Stigar» (1973) - «Paths»
«Östersjöar» (1974) - «Baltics»
«Sanningsbarriären» (1978)
«Det vilda torget» (1983)
«För levande och död» (1989) - «For the Living and the
Dead»
«Sorgegondolen» (1996)
«Den stora gåtan» (2004)
«Galleriet: Reflected in Vecka nr.II» (2007)- um livro
artistic por Modhir Ahmed
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