O jazz é uma expressão musical que pode «derrubar
barreiras e simbolizar a paz e a unidade», defende a UNESCO na proclamação do
Dia Internacional do Jazz, que se assinala pela primeira vez esta
segunda-feira.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura decretou 30 de abril como o Dia Internacional do Jazz por
proposta do músico e compositor Herbie Hancock, embaixador da boa vontade da
UNESCO.
Na mensagem oficial deste dia, a diretora-geral da
UNESCO, Irina Bokova, sublinhou que o jazz foi e continua a ser «a força que
promove uma transformação social positiva».
«Por ter as suas raízes na escravatura, esta música
fez crescer uma voz apaixonada contra todas as formas de opressão. Fala a
linguagem da liberdade que é compreendida por todas as culturas. São também
estes os objetivos que guiam a UNESCO nos seus esforços de construir pontes
dialogantes entre todas as culturas e sociedades», afirmou Irina Bokova.
O jazz é uma das expressões musicais nativas dos
Estados Unidos, praticada inicialmente pela comunidade afro-americana no século
XIX, descendente das vagas de escravos que aportaram nos EUA vindas de África,
tendo-se popularizado nas primeiras décadas do século seguinte.
Apesar das celebrações serem oficialmente na
segunda-feira, esta sexta-ferira em Paris realizam-se várias iniciativas nas
quais participarão, por exemplo, Herbie Hancock, Barbara Hendricks e Wynton
Marsalis.
Na segunda-feira, Herbie Hancock dará um concerto
em Nova Orleães, cidade que é considerada um dos berços do jazz. Na sede das
Nações Unidas estarão Dee Dee Bridgewater, Diane Reeves, Esperanza Spalding,
Angelique Kidjo, entre outros.
Em Portugal haverá várias iniciativas para
assinalar o primeiro Dia Internacional do Jazz. Na segunda-feira, no Centro
Nacional de Cultura (CNC), em Lisboa, decorrerá um encontro com o investigador
João Moreira dos Santos, o presidente do CNC, Guilherme D'Oliveira Martins, o
músico António Barros Veloso e o diretor da estação de rádio Antena 2, João
Almeida.
O Hot Clube de Portugal estende-se à Praça da
Alegria e propõe uma maratona de jazz que começará às 13h00 com os alunos da Escola
de Jazz Luiz Villas-Boas.
Às 18h00, o antigo contrabaixista e diretor do Hot
Clube de Portugal Bernardo Moreira dará uma aula aberta sob o tema «As memórias
da Praça da Alegria».
A partir das 22h00 haverá atuações ininterruptas no
mais antigo clube de jazz português com as participações dos irmãos João e
Pedro Moreira, Mariana Norton, Paula Oliveira, Filipe Melo, Marta Hugon, entre
outros.
Em Coimbra, o Jazz ao Centro Clube assinala a
efeméride e os seus nove anos de existência, com a apresentação do programa do
décimo Festival do Jazz ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de
Coimbra.
Mais a sul, em Faro, o destaque vai para a atuação
da Andalucia Big Band, dirigida por Zé Eduardo, com Maria João, Mário Laginha,
Viviane, Paulo Gomes, Fátima Serro, João Frade e o coletivo Fried Neuronium.
Nos claustros do Museu Municipal de Faro o
radialista e especialista em jazz José Duarte participará no encontro
«Conversas Improvisadas».
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