terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Carnaval

 
O Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam os seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C..
 
É um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com os seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
 
A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar as suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsinquia, capital da Finlândia.
 
O carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior carnaval do mundo. Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada, da cidade do Recife, como o maior bloco de carnaval do mundo.
 
História e origem
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
 
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinónimo de Carnaval.
 
Cálculo do dia de Carnaval
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.
 
Datas do Carnaval
O Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa, em fevereiro, geralmente, ou em março, conforme o Cálculo da Páscoa, e uma curiosidade: o Carnaval ocorre próximo ou no dia de Lua Nova.
 
O Carnaval Brasileiro
O Carnaval do Brasil dura três dias. Nesses dias é uma total diversão!
É uma festa que é preparada ao longo do ano e a maior parte das favelas gastam todo o dinheiro na sua preparação. O Carnaval, para os brasileiros, é uma festa em comunidade e em família.
O Carnaval Brasileiro destaca-se em várias partes do país, como no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador… Nesta época estas cidades recebem escolas de samba pelas ruas, concertos musicais ao vivo, fogo-de-artifício e milhares de pessoas com muita diversão, animação e sobretudo alegria…
 
O Carnaval do Uruguai, considerado o mais longo do mundo pelos seus quase 40 dias de duração, o Carnaval do Uruguai começou nesta segunda-feira, 2 de Fevereiro, com um desfile pela avenida principal da capital Montevidéu. O início da festa estava previsto para o dia 29 de Fevereiro, mas teve de ser adiado devido às chuvas. As celebrações vão até à primeira semana de Março.
Milhares de uruguaios já estão a usufruir das festividades, uma vez que já se procedeu à inauguração dos palcos populares em diferentes bairros da capital uruguaia. A abertura da festa de luxo com um colorido desfile pela principal avenida de Montevidéu, conhecido popularmente como “corso”, em que participaram quase 50 agrupamentos, conjuntos, carroças alegóricas e as rainhas das festas de Momo desfilaram durante cinco horas.
 
Carnaval em Mazatlán
No Mexico o carnaval é celebrado em algumas cidades principalmente em Mazatlán., Mérida e Península de Yucatán, no estado Veracruz.
O Carnaval é celebrado com músicas tradicionais e danças. As pessoas vestem trajes coloridos e com penas e fazem actuações nas ruas. Existem paradas em vários pontos do país e também se fazem jogos e “rodeos”. A coroação da rainha, os festivais de comida ao ar livre e as cinco noites de festa nas ruas ao som da música mexicana fazem parte da tradição. Imperdível é ainda a batalha naval com fogos de artifício, um espectáculo deslumbrante para quem assiste no porto, a saborear uma “Margarita”.
Por vezes este Carnaval é comparado ao do Rio de Janeiro ou de Nova Orleães.
 
Carnaval de Veneza, Itália.
O carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava em alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias nas ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com as suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.
 
O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162.
 
Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone.
Em Veneza o Carnaval começava de terça a noite, após o qual os ânimos desmaiam no rescaldo dos despojos do festim que ainda oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e jóias.
 
A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros românticos.
 
A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado, muito do apreço dos homens. "Mattaccino" era o nome dado às máscaras dos jovens atiradores de ovos, ficando a ser um dos personagens típicos do Carnaval de Veneza. Estes ovos perfumados, que existiam em grande variedade.
 
Existem hoje em Veneza cerca de dois mil fabricantes de máscaras, verdadeiras obras de arte feitas de couro, papel mâché, alumínio ou seda. Requintadas, como a maschera noble, ou absurdas, como o taracco da Commedia Dell'Arte, são imprescindíveis ao ambiente de ilusão feérica vivido no grande palco de personagens irreais em que Veneza se transforma durante o Carnaval.
 
Nas ruas, os trajes e as máscaras continuam exuberantes e magníficos e o auge da festa é atingido no fogo-de-artifício mantém o seu carácter sensual e pagão de celebração da Primavera.
 
O Carnaval na Rússia
O Carnaval na Rússia comemora-se sete semanas antes da Páscoa, durante uma semana inteira, à qual se dá o nome de Semana da Panqueca, “MASLENITZA”. Cada dia tem o seu nome próprio e rituais próprios.
Em Moscovo e, particularmente, na famosa Praça Vermelha fazem-se desfiles, há lutas com bolas de neve, percursos de trenó, várias formas de esqui, teatro e encenações feitas pelos “SKOMOROKHS” (bobos). A música também tem um papel relevante com “CHASTOOSHKAS” (canções tradicionais), dança, bandas, desfiles de Máscaras, fogo-de-artifício e concertos.
Na gastronomia salientam-se as Panquecas e os Bolos e Biscoitos que têm o nome de “PRYANIKY”.
Os elementos principais da celebração do Carnaval são a Mascote - a Senhora Maslenitsa e as panquecas, que simbolizam o sol porque são redondas e douradas.
Também conhecida por “KOSTROMA”, a Maslanitsa é vestida com cores brilhantes e vestes luxuosas. O ponto máximo da festa é no domingo à noite, em que se retiram as vestes luxuosas da Maslanitsa e se põe a Maslanitsa a arder numa fogueira.
 
Carnaval em Portugal
Em algumas aldeias transmontanas, como Podence e Ousilhão, e também na Beira Alta, em Lazarim, o Carnaval é diferente. A festa não se faz com lantejoulas, nem plumas, nem com trajes de polícia, Super-homens e palhaços. A figura típica é o careto: usa máscara com nariz saliente, feita de couro, latão ou madeira e pintada com cores vivas de amarelo, vermelho ou preto. A máscara de amieiro, coroada com chifres e outros aparelhos, é usada em Lazarim. O careto usa fatos ou riscas, com capuz de cores garridas, feitos de colchas com franjas compridas de lã vermelha, verde e amarelo. Carregada com bandoleiros com campainha e enfiados de chocalhos à cintura. Da sua indumentária faz também parte um pau ou cacete. 
Quando os homens vestem aquele fato, tornam-se misteriosos e os seus comportamentos mudam completamente, ficando possuídos por uma energia que não se sabe de onde vem. Os caretos, na rua, chocalham, falam mal dos rapazes que não têm namoradas e empurram as pessoas, expondo a vida da comunidade ao juízo comum.
 
No Algarve, chamava-se "Entrudo" à pessoa que se mascarava e ia passeando pelas estradas e caminhos, fazendo barulho, com vozes disfarçadas e pregando partidas. Os bailes de "mascarinhas" eram momentos altos da festa, bem como as Estudantinas, grupos que cantavam quadras alusivas ao Carnaval.
Hoje, o Carnaval algarvio adoptou, sem preconceitos, os sons das escolas de samba brasileiras. Isto não impede outras manifestações mais genuínas, como os bailes na eira, ou as partidas.
Diversas são as cidades que elegem o Rei e Rainha do Carnaval, e o enterro do rei momo, na Quarta-Feira de Cinzas, é uma cerimónia bem pitoresca. Muito algarvias são as batalhas de flores, como há em Moncarapacho, Quarteira, Loulé, Vila Real de Santo António ou São Brás de Alportel.
São três dias em que o Algarve se enche de música, irreverência e até de um pouco de loucura, porque afinal “no Carnaval, ninguém leva a mal”.
 
Na Terça-feira de Carnaval, em Amareleja, Baixo Alentejo, saem à rua as Estudantinas, costume antigo que se relaciona com o Entrudo e são um momento em que os intervenientes criticam e satirizam fatos ocorridos na vila e no País durante o ano, fazendo-o através da poesia, da música e da dança.
Esta tradição nasceu nos tempos do contrabando que, vindo de Espanha, passava por Amareleja no tempo da guerra civil espanhola. Do país vizinho terão igualmente vindo as danças ou estudantinas, manifestação semelhante às “murgas” andaluzes e às “brincas” de Évora.
 
Os grupos, compostos por mais de uma dezena de pessoas, percorre a vila, ao ritmo da concertina, detendo-se juntos às tabernas e cafés ou à porta de algum habitante que esteja pronto a recebê-los e a oferecer um petisco. Com os elementos da Estudantina dispostos em roda, as quadras são cantadas em coro. Dois ou três elementos do grupo, mascarados, ocupam o centro da roda e vão reproduzindo as situações que as quadras relatam. À volta, o coro, vestido a rigor – calça, colete e chapéu preto, faixa à cintura e lenço ao pescoço – responde com quadras que são o julgamento da moral popular.
 
Os grupos são ensaiados por um mestre e cada um deles chega a ser responsável por duas Estudantinas, uma para “brincar”, que sai à rua na segunda-feira de Carnaval e composta de críticas à vida social, e outra mais “séria” que, na terça-feira, possui conteúdo de cariz político.
 
Esta é uma tradição popular do Entrudo no concelho de Moura, onde a Câmara Municipal concedeu tolerância de ponto na Terça-feira de Carnaval. Como manda a tradição, além do Carnaval das Escolas e das Estudantinas de Amareleja, outras iniciativas terão lugar nestes dias, organizadas pelas coletividades do concelho.
 
Fonte e mais informação
“Amareleja, rumo à sua história” 1961, de Padre João Rodrigues Lobato
 
Ver também
Moda do Entrudo (Zeca Afonso) http://www.youtube.com/watch?v=e-xSY4beUHs
Entrudo chocalheiro de Podence http://www.youtube.com/watch?v=YM6_M6kqmBA

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