O Dia Mundial da Água
(DMA) foi observado, a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no
capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda
21.
Nesse período, vários Estados foram convidados, como fosse mais
apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, actividades concretas que
promovam a consciência pública através de publicações e difusão de
documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e
exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos
e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.
A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit
para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contactadas.
Este kit tem como objectivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre
outras, de:
- Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável;
- Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e protecção da água, fontes e suprimentos de água potável;
- Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e sector privado;
- Participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA.
Os temas dos DMA anteriores foram:
- 2010: Água limpa para um mundo saudável
- 2009: Água e saúde
- 2008: Saneamento
- 2007: Lidando com a escassez de água
- 2006: Água e cultura
- 2005: Água para a vida
- 2004: Água e desastres
- 2003: Água para o futuro
- 2002: Água para o desenvolvimento
- 2001: Água e saúde
- 2000: Água para o século XXI
- 1999: Todos vivem rio abaixo
- 1998: Água subterrânea: o recurso invisível
- 1997: Águas do Mundo: há suficiente?
- 1996: Água para cidades sedentas
- 1995: Mulheres e Água
- 1994: Cuidar de nossos recursos hídricos é função de cada um.
A partir de 2001 ficou restrito a cada país a adopção da Agenda 21
As
Nações Unidas, através da resolução A/RES/47/193,
de 22 de dezembro de 1992, declararam o dia 22 de março de cada ano como o Dia
Mundial da Água. Este dia tem sido marcado, desde 1993, com iniciativas várias,
nacionais e internacionais, com o intuito de sensibilizar o público em geral
para a necessidade de conservar os recursos hídricos e para algumas questões em
particular, também relacionadas com a água.
(…)
No
nosso planeta há locais mais vulneráveis que outros a desastres naturais
associados ao elemento água, como inundações e secas, deslizamentos de terra,
avalanches e tempestades. Os efeitos destes desastres resultam não só das
condições geológicas e meteorológicas locais (há solos menos produtivos, mais
susceptíveis à erosão e degradação do que outros) como também do nível de
desenvolvimento humano local (nomeadamente em termos de actividades
económicas), sendo mais severos nos países em desenvolvimento. Tome-se o
exemplo do ineficiente ordenamento do território, que permite o crescimento
imobiliário irracional e a destruição de florestas e vegetação ripícola em
zonas inundáveis, tendo conduzido ao aumento do número de pessoas afectadas
pelas inundações.
Em
2001, as graves condições climatéricas que assolaram Portugal (precipitação
intensa com consequente subida de águas), especialmente no norte e centro do
país e no fim-de-semana de 26 a 28 de Janeiro, provocaram várias inundações e
deslizamentos de terras com perdas de vidas humanas e avultados danos materiais
avaliados em dezenas de milhões de contos, afectando não só terrenos agrícolas
como também parques urbanos, infra-estruturas imobiliárias e monumentais.
Por
exemplo, só no distrito de Coimbra, o rio Mondego transbordou em muitos locais,
incluindo na própria cidade de Coimbra, com consequente rebentamento de diques,
morte de gado cavalar e bovino e isolamento de uma freguesia de
Montemor-o-Velho, a Ereira. Vários agentes de autoridades como os fuzileiros da
marinha e os bombeiros contribuíram na evacuação da população de várias
povoações.
A
ONU defende que os efeitos deste tipo de acontecimentos poderá ser minimizado
envolvendo cidadãos, principalmente os de zonas sensíveis, em colaboração com a
protecção civil e o instituto de meteorologia, entre outras instituições
relacionadas, na elaboração de estratégias de gestão de desastres, incluindo os
planos de evacuação. Estas estratégias deverão incorporar não só conhecimentos
técnicos como também conhecimentos do fórum social e cultural.
(…)
A ONU ainda vai mais longe, apontando como uma das principais causas do
fracasso dos programas para abastecimento e saneamento de água potável em
países como a Índia, o Quénia ou o Nepal é a falta de participação das
populações. "Não é apenas uma questão de meios", admite Jan Pronk,
presidente da Wash (agência especializada da ONU para a água) e ex-ministro
holandês do Ambiente. É necessário envolver os cidadãos, informá-los para que
se deixe ter como resultado a "incompreensão absoluta entre o prestador [do
trabalho] e o beneficiário e, finalmente, a recusa por parte da população de
utilizar e pagar o serviço".
Faltará água se o Mundo não partilhar
A
escassez de água é cenário com probabilidade agravada, se não for feito melhor
uso deste recurso, lembram as Nações Unidas, que apelam à redução da poluição
pelos países ricos. As alterações do clima podem trazer mais sede.
Perto
da nascente ou da foz de um rio, todas as populações do Mundo estão no mesmo
barco, afirma um documento da ONU a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje
é assinalado. Para 2009 a
chamada de atenção recai nas águas partilhadas por dois ou mais países,
trate-se de rios, lagos ou aquíferos subterrâneos.
Isso
acontece em 263 situações e envolve 145 países, numa realidade natural que abrange
metade da superfície sólida da Terra. Nos últimos 60 anos, contabiliza a ONU,
foram estabelecidos 200 acordos bi ou multilaterais e registaram-se 37 casos de
conflitos violentos entre Estados pela posse de água.
O
apelo à partilha da água com gestão também partilhada é lançado perante a
perspectiva de um agravamento da disponibilidade do recurso: estão em causa,
lembram as Nações Unidas, as alterações climáticas (com previsíveis secas em
muitas regiões e arrastando também o degelo dos glaciares).
Mas
não é só a disponibilidade que poderá fazer com que em 2025 cerca de 1.800
milhões de pessoas vivam em zonas com absoluta escassez e dois terços da
humanidade sofram restrições no abastecimento. Os países industrializados estão
a poluir os rios ao lançarem neles resíduos que em 70% do volume não foram
tratados.
Os
rios transfronteiriços foram objecto de uma Convenção adoptada pela ONU em
1997, mas o documento não entrou em vigor, porque apenas 16 dos 35 países
necessários a ratificaram.
Do
Fórum Mundial da Água, após uma semana de trabalhos, as agências noticiosas dão
conta das três grandes forças ali representadas: governos (70 ministros, entre
os quais o ministro do Ambiente português), organizações não-governamentais e
empresas do sector da água e saneamento.
É
esperado que a reunião produza um documento final, mas ontem ainda não havia
consenso sobre a proclamação do acesso à água como direito fundamental do ser
humano ou necessidade fundamental. Em cada 15 segundos morre uma criança por
doenças relacionadas com a falta de água.
Fonte
Jornal de Notícias
Wikipedia
Confagri
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