Ninguém  sabe dizer o que aconteceu com  Kákua, depois que ele deixou o Palácio Imperial.
Diz  a história que Kákua foi o primeiro japonês que estudou Budismo Zen na  China.
Nunca  viajou; meditava apenas. 
Sempre  que o encontravam, pediam-lhe que saísse a pregar. 
Mas  ele dizia meia dúzia de palavras e desaparecia para outro ponto da floresta,  tornando-se mais difícil encontrá-lo.
Um  dia, tendo voltado ao Japão, o Imperador pediu-lhe que pregasse o Budismo Zen a  ele próprio e a toda a sua corte. 
Kákua  ficou de pé, muito calado, diante do Imperador, depois de ouvi-lo; tirou das  dobras do seu manto uma flauta que ali tinha escondida e soprou nela apenas uma  nota.
Inclinou-se,  depois, profundamente, em saudação ao Imperador e foi-se  embora.
Eis o que diz Confúcio: "Não ensinar um homem já maduro é  desperdiçar o homem. Ensinar um homem ainda não maduro é desperdiçar  palavras."
Anthony  de Mello
O  canto do pássaro
Lisboa,  Ed. Paulinas, 1998
A Equipa Coordenadora do Clube  das Histórias
  
 
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