Aqui os alunos podem
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que criarem
https://br.depositphotos.com/209841794/stock-photo-child-girl-doing-homework-writing.html
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Era uma vez, três crianças bem diferentes… O
Pedro, um rapaz de 10 anos, que vivia numa vila com a sua mãe e com os seus
avós. Tinha o cabelo ruivo, olhos verdes e a cara repleta de sardas, era um
rapaz simpático, extrovertido e não deixava passar uma oportunidade de se meter
em sarilhos! A Sara uma miúda de 10 anos, que vivia numa mansão na grande
cidade com os seus pais de origem francesa. Tinha o cabelo loiro, cheio de
caracóis, os olhos azuis da cor do céu e as bochechas sempre muito rosadinhas,
era alegre, perfeccionista e sempre metida em concursos de dança! E o Martim um
rapaz também de 10 anos, que vivia numa cidade mais pequena com o seu pai e as
suas três irmãs. Tinha o cabelo castanho, tal como os olhos, e uns grandes óculos
azuis que usava sempre na cara, o Martim era mais tímido, muito generoso e até
se podia considerar um “mini génio”!
Apesar de muito diferentes, todos eles nas férias
de verão iam frequentar pela primeira vez um acampamento de férias.
- Adeus mãe! Adeus avô! Adeus avó! – despediu
se o Pedro ao entrar no autocarro.
- Adeus filho! Porta-te bem! – despediu- se a mãe
do Pedro.
- Qual porta-te bem… diverte-te rapaz! –
exclamou o se avô.
- Oh Manel! – ralhou a avó para o avô – adeus Pedro!
O Pedro entrou no autocarro, sentou-se e o
autocarro começou a andar. Despediu-se mais uma vez acenando para a sua
família. A aventura do Pedro estava a começar.
- Adeus Sara. – disse o seu pai.
- Adeus papá. – despediu-se a Sara.
- Jean-Claude! Leve a menina ao acampamento,
se faz favor. – ordenou a mãe da Sara ao motorista – Adeus querida… E lembra-te
nunca desistas de nada, tudo aquilo que se começa, leva-se até ao fim!
- Sim mamã. – despediu-se a Sara.
O motorista colocou as malas da Sara no carro,
e iniciaram a sua viagem até ao acampamento. A aventura da Sara estava só no início.
- Adeus pai. – despediu-se o Martim.
- Adeus miúdo! Boas férias, e vê lá se tiras o
nariz dos livros pelo menos para comer. – disse o pai do Martim com um sorriso
na cara.
- Adeus mano! – disse a Maria, a irmã mais
nova do Martim.
- Adeus Maria! Vou ter muitas saudades tuas.
O apito do comboio fez-se soar por toda a
estação. O Martim abraçou o pai e a irmã e entrou no comboio rumo à aventura.
O autocarro parou, e o Pedro saiu tal como
muitas outras crianças que ele desconhecia, mas que iam passar um verão com
ele, ou seja, era melhor fazer amigos!
À chegada ao acampamento, a Sara saiu do carro
e o motorista entregou-lhe as malas, fez uma vénia com a cabeça e foi-se embora.
A Sara agarrou nas malas e seguiu em frente.
Quando o comboio parou, o Martim levantou-se e
dirigiu-se para a saída. Ao colocar o pé fora do comboio teve medo, pois nunca
tinha estado com tanta gente ao mesmo tempo, mas apesar do seu receio saltou para
fora do comboio e lá foi ele.
- Telemóveis! Telemóveis! – gritava uma
monitora, com um saco à porta do acampamento.
- Por favor, venham dar o vosso nome e receber
a vossa t-shirt do campo de férias! – gritava outra monitora sentada numa
pequena banca um pouco mais à frente.
Havia uma grande confusão à entrada do
acampamento, montes de autocarros cheios até acima, carros particulares que
enchiam o estacionamento e um comboio cheio de crianças ansiosas por chegar ao
acampamento. No meio desta confusão houve vários empurrões, dos quais alguns se
tornaram amizades.
- Au! – disse a Sara.
- Desculpa. – desculpou-se o Pedro.
- Não faz mal. – disse a Sara.
- Isto aqui é uma grande confusão! Tenho a
certeza de que na biblioteca isto não acontecia. – disse alto demais o Martim.
A Sara e o Pedro, ao ouvirem isto riram-se e o
Martim corou. A confusão acalmou, e as três crianças tiveram oportunidade de se
apresentarem.
- Olá, eu sou o Pedro, e vocês?
- Olá Pedro, eu sou a Sara.
- Olá, eu sou o Martim.
- Nunca vos vi na escola, nem na cidade, o que
é estranho porque quase todas estas pessoas andam na minha escola, mas eu não
as conheço, ou melhor conheço-as só de vista. – refletiu o Pedro.
- Normal! Eu tenho aulas em casa. – explicou a
Sara.
- E eu tenho aulas no colégio de ciências. – completou
o Martim.
- Hum, ok. Assim faz mais sentido. – concluiu
o Pedro.
E a partir daqui, começou uma grande amizade.
Durante todo o verão brincaram, contaram piadas, riram-se, jogaram jogos, e no
final do verão parecia que se conheciam desde sempre. Só havia uma coisa que
ainda não tinham feito: ter uma aventura!
Num dia depois do almoço, os três amigos
partiram à aventura! Saíram do acampamento muito sorrateiramente em direção à
floresta.
Ao chegarem a uma clareira da floresta,
acharam que estava na altura de voltar para trás.
- Acho que era melhor voltarmos para o
acampamento. – receou o Martim.
- Porquê?! Tens medo?! – provocou o Pedro.
- Pedro!! Pára com isso! – chateou-se a Sara.
– também acho que devíamos voltar para trás.
- Aí desculpa! Mas pronto se querem ir embora…
- Só temos um problema – avisou o Martim.
- Qual? – disseram a Sara e o Pedro em coro.
- Eu não sei por onde é que viemos.
Ao ouvir isto, a Sara e o Pedro começaram a
olhar para todos os lados, tal como o Martim já tinha feito. Os três amigos
entraram em pânico, pois não sabiam o que fazer.
- Calma! Temos de ter calma, se não, não vamos
a lado nenhum. – Tentou acalmar os amigos o Pedro.
- Ok. – disseram os outros dois enquanto
respiravam fundo.
Todos pararam e puseram se a pensar no que é
que podiam fazer. De repente, a Sara exclamou:
- Tenho uma ideia!
Os dois rapazes olharam imediatamente para a Sara
como se vissem a luz ao fundo do túnel. A Sara riu-se das suas caras, mas depois
da sua gargalhada os rapazes olharam para ela com uma cara mais séria, dando a
entender que não tinham achado piada, e que queriam saber qual a ideia dela
para saírem dali.
- Se vocês vissem as vossas caras, também se
tinham rido. – disse a Sara com ar de insultada.
- Vais dizer o plano? Ou vais ficar a olhar
para nós? – perguntou o Pedro.
- Sim, realmente não estou a gostar de estar
aqui na floresta! – realçou o Martim.
- Pronto, eu digo-vos. – acabou por dizer a Sara
– O plano é o seguinte: eu tenho umas fitinhas coloridas dentro da minha
mochila, podíamos separar-nos e indo atando as fitinhas nas árvores para não
nos perdermos. Se um de nós encontrasse qualquer coisa, voltava para trás pelas
fitinhas e dava um grito para chamar os outros. Talvez assim pudéssemos
encontrar o caminho de volta…
- Não te podias ter lembrado disso mais cedo?!
– interrompeu o Martim.
- E porque é que não te lembraste tu? –
respondeu-lhe a Sara.
- Eu não ia adivinhar que tu tinhas essas tais
fitinhas…
- Já chega! – interrompeu-os o Pedro.
- Desculpa. – Desculparam-se a Sara e o Martim
em coro.
- Sara podes dar-me algumas fitinhas? Eu vou
por ali. – disse o Pedro apontando para uma direção.
- Aqui tens Pedro, eu vou por ali. Martim toma
as tuas fitas.
- Obrigado. - agradeceu o Martim.
E lá foram os três, cada um para seu lado. A Sara
andou e andou, mas não encontrou nada, olhou para trás, mas já não se via o início
do percurso, só uma grande quantidade de fitinhas coloridas penduradas nas árvores,
então achou que estava na altura de voltar para aquela clareira, sempre era
mais acolhedora do que a floresta serrada onde se encontrava. O Pedro também
andou e andou, mas também não encontrou lá grande coisa a não ser uma rocha que
se parecia com o presidente, um grupo de melros, uma macieira e dois limoeiros.
Quando ia dar o próximo passo, ouviu um barulho e ficou à escuta… era o Martim,
que os chamava! “O que será que ele encontrou?” pensou ele.
O Pedro e a Sara seguiram as fitinhas que
tinham deixado nas árvores para não se perderem, e ao fim de um bocadinho já
estavam os três reunidos de novo para verem o que o Martim tinha encontrado.
- O que é que encontraste? A saída? Tinha
quase a certeza de que nós não tínhamos vindo por ali. – perguntou o Pedro.
- Pedro! Se o deixares falar, ele diz-te o que
encontrou. Fala Martim. – disse a Sara.
- Bem eu não encontrei a saída, encontrei algo
melhor! – disse entusiasmado o Martim.
- O quê? – perguntaram os dois amigos em coro.
- Uma biblioteca! – exclamou o Martim.
- A sério?! Mas será que nem nas férias me
posso ver livre de bibliotecas? – resmungou o Pedro.
- Bem,
é melhor que nada… - disse a Sara vendo o lado positivo da situação.
- Vá, do que é que estão à espera? Não vamos
ficar aqui quietos, pois não? – disse o Martim ansioso por entrar na
biblioteca.
- Pronto vamos lá ver a tal biblioteca. – Acabou
por dizer o Pedro.
O Pedro e a Sara seguiram o Martim pelo trilho
que ele tinha escolhido para explorar. Andaram, andaram e no preciso momento em
que o Pedro se preparava para reclamar por causa da dor que tinha nas pernas
pela milésima vez avistaram um edifício que parecia muito degradado.
- Isto mais me parece um cemitério! – exclamou
a Sara toda arrepiada.
- Uau! Isto parece-me a biblioteca mais fixe
de sempre! – exclamou o Pedro muito admirado.
- Mas todas as bibliotecas são fixes. – raciocinou
o Martim.
- Não, não são. – Interrompeu o Pedro.
- Custa-me muito dizer-te Martim, mas ele tem
razão, as bibliotecas não costumam ser muito divertidas. – disse a Sara
enquanto consolava ironicamente o Martim.
- Ok, vocês é que sabem, mas biblioteca ou não,
eu não vou ficar aqui na rua, é que está a ficar frio e caso não se lembrem nós
não sabemos o caminho de volta para o acampamento. Por isso ou vamos lá para
dentro ou ficamos cá fora. – disse o Martim para se defender – Vêm?
E lá foram os três, não havia nenhuma entrada
na fachada principal pois as portas estavam todas trancadas, por isso decidiram
procurar alguma passagem nas traseiras.
O edifício da biblioteca fora outrora um
edifício magnífico, com duas portas enormes feitas de madeira, várias estátuas
de deuses gregos ou romanos e várias janelas muito amplas que davam luz a toda
a sua parte interior. Mas agora, o exterior da biblioteca estava bem diferente,
as portas estavam arranhadas possivelmente por ursos que viviam na floresta, as
estátuas que antes eram bonitas e cheias de detalhes agora estavam desgastadas
e as amplas janelas apesar de não estarem partidas tinham tanto pó que nem dava
para ver o interior.
Andaram pela lateral da biblioteca e quando
chegaram às traseiras do edifício avistaram uma porta mais pequena, devia ser a
porta das traseiras ou a saída de emergência. Os nossos três aventureiros entraram
(ainda que um pouco a medo) para dentro da biblioteca. A separar a porta e o
salão principal havia um corredor, enquanto o percorriam conversaram um pouco
sobre aquilo que esperavam encontrar:
- Eu acho que vamos encontrar uma família de
ursos! – exclamou o Pedro.
- Não digas disparates Pedro! Eu acho que
vamos encontrar livros antigos todos ratados pelo tempo e artefactos incríveis!
– exclamou o Martim.
- Olhem eu cá acho que não vamos encontrar nada.
Ou melhor, vamos encontrar destroços de uma biblioteca mais nada. –
desanimou-os a Sara.
Antes que o Martim e o Pedro pudessem reagir,
o corredor acabou, e aquilo que viram deixou todos de boca aberta. É verdade, eles
não encontraram uma família de ursos, e também não encontraram livros antigos
todos ratados pelo tempo e artefactos incríveis, mas por mais estranho que pareça
também não encontraram destroços de uma biblioteca abandonada, mas sim pelo
contrário! A biblioteca parecia nova! Tinha estantes enormes repletas de livros
de todas as cores e feitios, havia livros vermelhos, livros verdes, livros
azuis, livros grandes, livros pequenos, livros fininhos e livros grossos; as
janelas que do lado de fora estavam todas empoeiradas do lado de dentro eram
tapadas com belíssimas cortinas de veludo bordeaux; havia na sala uma grande
lareira acesa como se alguém estivesse lá estado pouco tempo antes deles, e a
porta que do lado de fora estava arranhada e suja do lado de dentro estava
muito bonita e sem arranhões.
- Sou a única que ficou espantada, ou nem por
isso? – perguntou a Sara, mas não obteve resposta – devido ao vosso silêncio
vou concluir que não sou a única.
- Desculpa Sara, mas eu nem tenho palavras
para dizer o que sinto em relação a isto… - disse quase sem voz o Pedro.
- Vem? eu disse que as bibliotecas eram fixes.
– disse o Martim no meio de uns risinhos abafados.
- Malta! Vejam só isto! Está qualquer coisa
escrita ali em cima! – chamou a atenção a Sara.
O Pedro e o Martim correram para ao pé da Sara,
e ficaram os três especados a olhar para a tabuleta que estava por cima da
lareira. O Pedro não conseguia ler nada do que estava lá escrito, então decidiu
perguntar aos amigos:
- Alguém sabe o que é que está ali escrito?
- Votre aventure
commence ici. ouvrez le livre sur la table centrale et lisez l'extrait de la
page quatre-vingt-deux. – Tentou ler o Martim – é
francês! Eu sei muitas línguas, mas francês não será uma
delas.
- A vossa aventura começa aqui. abram o livro
que está em cima da mesa central e leiam o excerto da página oitenta e dois. – traduziu
rapidamente a Sara.
- Como é que sabes? – perguntaram os dois
miúdos espantados com a facilidade com que a Sara tinha traduzido o que estava
escrito na tabuleta.
- Porque sei! – respondeu-lhes a Sara enquanto
abria o livro – aqui está a página oitenta e dois.
- Está também em francês. – disse o Pedro.
- Podes ler Sara? – perguntou o Martim.
- Posso. – Aceitou a Sara – Para a vossa
aventura começar pela porta têm de entrar.
Ao dizer isto, ficaram todos muito quietos à
espera que acontecesse alguma coisa, mas nada aconteceu.
- Experimenta ler em francês! – exclamou de
repente o Pedro.
- Ok, posso tentar. –
respondeu a Sara – Pour que votre
aventure commence à la porte, vous devez entrer.
Dito isto, o lume da lareira transformou-se
num clarão enorme e os três amigos deixaram de conseguir ver. Passados alguns
segundos, as coisas começaram a tomar formas, mas já não eram as suas formas
antigas, em vez da antiga biblioteca agora já não havia livros, já não havia
mesas, nem lareira, nem janelas, nem portas, nem sequer as paredes lá estavam,
em contra partida nos seus lugares havia árvores cor-de-rosa, azuis, amarelas,
etc. e de cada uma nascia um tipo de rebuçados; havia casas de gengibre, e
bolachinhas a fazer a sua vida dentro delas; havia fadas com roupas de todas as
cores a voar pelos ares e no chão elfos e duendes caminhavam apressadamente de
um lado para o outro.
- Eu só posso estar a sonhar… - disse a Sara
enquanto esfregava os olhos.
- Mas que raio de sítio é este? –
interrogou-se o Pedro.
- Uau, parece que fui engolido por um livro de
contos de fada da minha irmã! – exclamou o Martim pasmado.
- Olá.
- Ah! – gritaram os três em coro
- Desculpem se vos assustei.
- Quem és tu? – perguntou o Pedro.
- Oh pois, esqueci-me de me apresentar, sou a Nina
a fada da moda e vocês?
- Eu sou a Sara e estes são os meus amigos: o Pedro
e o Martim.
- Bem, como vos disse eu sou a fada da moda e
vocês não estão lá muito bem vestidos – disse a Nina.
- Mas estamos com a roupa do acampamento. –
disse o Martim.
- Que acampamento? – perguntou a Nina.
- Bem, resumindo e concluindo nós estávamos
numa biblioteca… - começou o Pedro.
- O que é que vocês estavam a fazer numa
biblioteca? – interrompeu a Nina.
- Saímos às escondidas do acampamento para ir
explorar os arredores, e encontramos uma biblioteca. – explicou o Martim.
- Ah ok! Podes continuar… Pedro, certo?
O Pedro acenou que sim com a cabeça e
continuou:
- E por cima da lareira dizia para lermos o excerto
da página oitenta dois, a Sara leu o que estava no livro e de repente houve uma
luz forte e deixámos de ver, quando conseguimos voltar ver qualquer coisa já
estávamos aqui. – explicou o Pedro.
- Hum… - disse a fada com um ar pensativo.
- Ah, e só mais uma coisa, como é que vamos
embora de volta para o acampamento? – acrescentou o Pedro.
- Oh isso é fácil, com um conjunto de perguntas
que vos vão abrindo portais, atrás de portais, até chegarem ao vosso. –
explicou a fada – mas só até ao pôr do pirilampo, se depois dessa hora ainda cá
estiverem já não vale a pena tentarem sair.
- Olha, já agora, onde é que nós estamos? – perguntou a Sara.
- Pois! Meus amigos sejam bem-vindos à Terra
do tudo! – disse a Nina – bem, há pouco, antes de vocês falarem no vosso
acampamento, estava a dizer que vocês não estão vestidos a rigor, por isso
deixem-me fazer o meu trabalho.
Dito isto, sobrevoou sobre as cabeças das três
crianças a fazer a sua magia. Se antes estavam vestidos como campistas, agora
estavam bem mais engraçados: o Pedro agora era um elegante elfo todo vestido de
verde e com umas orelhas pontiagudas; a Sara, por sua vez, era uma delicada
fada com um vestido cor de rosa e umas asas muito cintilantes, e por fim o Martim
era um duende engraçado com uma camisa vermelha, uma calças de ganga e um
chapéu azul e pontiagudo.
- Tinhas razão Nina agora estamos muito
melhores. – disse a Sara a rir.
- De nada Sara, – agradeceu a Nina - mas é
melhor porem-se a caminho, pois ainda têm muito que andar! Sigam por este
caminho e de certeza que irão ter ao primeiro portal.
- Ok.
Obrigado! – exclamaram os três amigos.
Despediram-se da fada Nina e puseram-se a
caminho. Andaram por volta de uns 15 minutos, e depois desse tempo encontraram
o primeiro portal e com ele outra fadinha.
- Olá! Vocês devem ser as crianças de
que a Nina me falou. Eu sou a Lopy a fada da matemática.
- Olá eu sou o Pedro e estes são o Martim
e a Sara.
- Muito bem para este portal poderes
passar a resposta tens de acertar. Para a raiz quadrada cortar que instrumento
tens de usar?
- Martim, tu podes responder a esta,
és bom a matemática! – disse a Sara.
- Sim, claro que posso! Lopy a
resposta certa é o quadrado! – disse o Martim.
- Muito bem a resposta está certa! –
disse a fada Lopy – agora têm o privilégio de poder passar por este portal que
vos levará diretamente para a próxima dimensão da terra do tudo. Boa viagem!
Os três amigos passaram pelo portal
e aquilo que viram do outro lado deixou a Sara super contente:
- Eu nem acredito no que estou a ver
malta! Nós estamos na dimensão da Disney?!
- Claro que estão! – disse alguém por
de trás dela.
As três
crianças viraram-se de repente e mesmo atrás delas viram uma bela princesa. Ela
era alta, tinha o cabelo castanho com uma madeixa loira e atado em duas
tranças, tinha os olhos grandes e azuis e a cara salteada de sardas.
- Anna! –
disse a Sara enquanto corria para lhe dar um abraço.
- Quem é
essa? E de onde é que a conheces? – perguntou o Pedro.
- É a
princesa Anna de Arandelle. A irmã da rainha Elsa de Arandelle.
- Uau, tu
sabes da coisa! – disse a Anna.
- Sim, a
minha irmã mais nova está sempre a falar das princesas da Disney. – disse o Martim.
- Anna, onde é que podemos encontrar o portal
para a próxima dimensão? – perguntou o Pedro.
- É fácil! Basta seguir o caminho dos
candeeiros. – respondeu a Anna.
- Ok obrigado! – disseram os três em
coro e seguiram viagem.
Passados alguns minutos a andar
avistaram o outro portal, mas desta vez não havia uma fadinha, mas sim uma
criatura meio esquisita, que à medida que se foram aproximando tomou a forma de
um boneco de neve.
- Olá, eu sou o Olaf e gosto de
abraços calorosos!
- Olá, Olaf. – disse a Sara enquanto
lhe dava um abraço caloroso.
- Olá, Olaf. – disseram os dois
rapazes em coro.
- Muito bem, crianças, querem ouvir
a pergunta ou não? – perguntou o Olaf.
- Claro que queremos! – exclamou o Pedro.
- Então é assim, para no portal
poderem passar a resposta certa têm de dar. Qual das princesas do universo
Disney canta o tema A minha vida vai começar?
- Eu sei, eu sei, eu sei, quem canta
esse tema é a princesa Rapunzel! – disse a Sara toda entusiasmada.
- Uau! Que rapidez! – exclamou o
Olaf impressionado com a facilidade com que a Sara deu a resposta – A resposta
está certa por isso boa viagem!
- Adeus Olaf! Obrigado! –
despediram-se os três ao mesmo tempo.
- Adeus meninos! – gritou acenando
para as crianças.
- Ele era mesmo simpático – riu-se o
Pedro.
Eles atravessaram o portal, e do
outro lado encontraram uma dimensão muito parecida com a velha biblioteca e por
alguns os segundos pensaram mesmo ter voltado a casa, mas depressa repararam
nas pequenas criaturinhas a passear, e o entusiasmo voltou a cair.
- Cá para mim, acho que nunca vamos
voltar a casa. – disse desanimado o Martim.
- Concordo plenamente contigo Martim.
– afirmou o Pedro.
- Vá lá malta, não podem desistir
agora. Não sei como é que vocês foram educados, mas eu fui ensinada a nunca
desistir. Tudo o que se começa leva-se até ao fim. – disse a Sara muito segura
de si mesma.
Ao ouvirem isto, os dois rapazes
levantaram a cabeça e sorriram, a Sara sorriu-lhes de volta, fizeram numa roda
entre os três, puseram as mãos no centro e quando as levantaram gritaram:
- Somos capazes!
Depois continuaram a andar por mais
algumas horas, atravessaram vários portais e responderam a várias perguntas e chegaram ao último portal. Bastava responderem
a mais uma pergunta e voltavam para casa. Bastava uma pergunta, só uma! Eles
sabiam que conseguiam, tinham conseguido de todas as outras vezes, e esta não
poderia ser diferente.
- Olá, – cumprimento-os uma fadinha – eu sou a
Kaily a guardiã do portal principal. E vocês?
- Olá, eu sou o Martim e estes são a
Sara e o Pedro. E nós gostávamos de poder voltar para casa.
- A que pergunta é que temos de
responder? – perguntou o Pedro.
- Ah, não vos disseram? – perguntou
a Kaily.
- Não nos disseram o quê? –
perguntaram exaltados os três amigos.
- No último portal não há perguntas,
mas sim um desafio!
- Ah! – suspiraram em coro, pois por
momentos pensaram que já não conseguiriam voltar para casa.
A fada apercebeu-se das suas
preocupações e rindo-se disse:
- Calma. Vocês ainda têm duas horas
e meia até ao pôr do pirilampo.
As três crianças ficaram um pouco embaraçadas,
mas depois de olharem uns para os outros e verem as suas caras desataram a rir.
Quando as gargalhadas acabaram e todos voltaram a ficar mais sérios houve um
momento de silêncio e depois disso a Sara chegou-se à frente e disse:
- Estamos prontos! Qual é o desafio?
- É muito simples. Basta fecharem
olhos, imaginarem o vosso acampamento e ouvir aquilo que eu vou dizer. – explicou
a fada.
- A sério?! Respondemos a tantas
perguntas para chegar aqui e agora o desafio final é só pensarmos no
acampamento? – disse o Martim.
-Bem, desculpem se vos desiludi, mas
não tenho culpa, não sou eu quem faz as regras! É a rainha da terra do tudo! –
explicou a fada Kaily.
- Ok! Peço desculpa pela forma como
disse as coisas! – pediu desculpa o Martim.
- Não faz mal, eu desculpo. – disse
a fada Kaily – estão prontos?
- Sim! – exclamaram confiantes os
três amigos enquanto fechavam os olhos e pensavam no acampamento.
- Muito bem, aqui vou eu. –
preparou-se a fada - doux rêves, enfants!
A Sara acordou de repente no refeitório
do acampamento, olhou para tudo à sua volta e estava tudo como era: nem elfos,
nem princesas, nem fadas, nem duendes, nem bonecos de neve falantes; olhou para
a sua roupa, e estava vestida com a camisola do acampamento e as suas leggings de ganga preferidas; olhou para
a sua frente e encontrou o Pedro e o Martim debruçados na mesa também a dormir.
Decidiu acordar um deles:
- Pedro! Pedro! Acorda! Acorda! Nem
vais acreditar com o que é que eu sonhei!
O Pedro acordou exaltado com os
gritos da Sara, esfregou os olhos, espreguiçou-se e voltou a ouvi-la:
- Nem vais acreditar com o que eu
sonhei!
- Com o que é que sonhaste? – disse
o Pedro ainda meio a dormir.
- Eu sonhei que estávamos numa
biblioteca e depois fomos parar a um mundo mágico e conheci a princesa Anna de
Arandelle e…
- O Olaf? – perguntou o Pedro como
se já soubesse o que ela ia dizer.
- Como é que sabes? – perguntou a Sara.
- Por que sonhei com o mesmo! –
exclamou o Pedro.
- Malta, vocês nem vão acreditar, eu
sonhei com vocês! – exclamou o Martim ao acordar.
- Nós também! – exclamaram os dois
em coro.
Houve uma risada geral, depois
levantaram-se e foram brincar para o acampamento, com a certeza, no entanto, de
que na sua cabeça ficara a pergunta: terá sido só um sonho, ou há mesmo uma
biblioteca mágica no meio da floresta que serve de portal para outro mundo?
Beatriz Gomes Saraiva
9.º A nº 6
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