quinta-feira, 29 de maio de 2008

Prende & Aprende

É tempo de nos preocuparmos com o nosso futuro.

A menina que se enfeitava demais


Os pais de Aree davam-lhe tudo o que ela queria. Cumulavam-na de presentes.
— Aree, estas argolas de oiro haveriam de ficar tão bem nas tuas orelhas delicadas. Temos de tas comprar!
— Aree, aquela pulseira de prata havia de ficar tão bem no teu braço fino. Temos de ta comprar!
— Aree, aquele anel de rubis havia de ficar tão bem no teu dedo elegante. Temos de to comprar!
Sempre que viam um corte de seda especialmente bonito, exclamavam:
— Oh, Aree, que bem havia de ficar-te aquela cor! Temos de te comprar esta seda!
O quarto de Aree estava cheio de guarda-jóias e de arcas a abarrotar de cortes de seda. Um dia, Aree ouviu falar de um baile na aldeia que ficava para lá das montanhas.
— Eis uma excelente oportunidade para exibir as minhas roupas requintadas! Mas, que cor hei-de usar? Cor-de-rosa, fúcsia, escarlate? Azul celeste ou verde-claro? Talvez violeta… ou púrpura… ou magenta.
Talvez amarelo-torrado… ou verde-esmeralda. Penso que vou usar cor-de-rosa.
Vestiu um vestido cor-de-rosa brilhante. Mas havia um outro vestido, cor de esmeralda.
— Este verde é tão elegante! Talvez possa usar os dois!
Vestiu o verde por cima do rosa.
— Assim, posso exibir dois dos meus vestidos de seda! Só que este fúcsia é o mais alegre de todos. Penso que o vou usar também.
Pôs o fúcsia por cima do verde e começou a voltear.
— Vou ser a rapariga mais bonita do baile!
Mas não se ficou por ali.
— Este amarelo-torrado é especialmente bonito. E vejam só este azul brilhante…Ninguém tem sedas tão caras como as minhas. Já agora, porque não usá-las todas? A azul clara…a violeta…esta púrpura com fios de oiro puro. Se usar todos os meus vestidos, vou ser, de certeza, a rapariga mais bonita do baile.
A vaidosa Aree vestiu tudo o que tinha no armário. Como as roupas eram pesadas, ficou sem conseguir mexer-se.
— São um pouco pesadas, mas vejam só! Sou a rapariga mais bela do baile!
E a escolha continuou:
— E que pulseira usar? A de ouro? Sim. A de prata? Claro. A de jade? É a minha favorita. E os anéis? O de rubis? O de safiras? O de esmeraldas? O de pérolas? O de opalas? Todos eles, sem dúvida alguma!
Aree pôs todas as jóias que possuía. As amigas chegaram pouco tempo depois.
— Aree! Pareces…
Nem sabiam o que dizer. Aree saiu de casa aos tropeções, carregada de sedas, anéis, pulseiras e brincos. Mal podia andar. Mas sentia-se orgulhosa.
— Vejam só as minhas belas roupas. Vejam só o meu oiro e as minhas jóias. Vou de certeza ser… a rapariga mais bela do baile!
Parecia tão pateta que as amigas fizeram um esforço para não se rirem.
Partiram em direcção à aldeia. Mas Aree não conseguia acompanhá-las. Cedo começou a bufar de irritação.
— Esperem por mim! Esperem por mim! Não consigo subir a colina!
As amigas vieram ajudá-la.
— Podíamos empurrar-te pela colina acima.
— Não me empurrem porque podem amarrotar os meus vestidos!
— Podíamos puxar-te pela colina acima.
— Não me puxem porque podem sujar as minhas roupas de seda.
As raparigas decidiram deixar Aree para trás. Esta cambaleou durante algum tempo sozinha até que as chamou de novo.
— Esperem por mim! Esperem por mim! Não consigo subir a colina!
As amigas voltaram para trás.
— O que vocês têm é inveja das minhas roupas requintadas. Se fizer o que me dizem, já não serei a rapariga mais bela do baile.
Aree recusou-se a tirar fosse o que fosse. As amigas deixaram-na ficar ali e foram ao baile sozinhas.
Durante o dia todo, Aree arrastou-se pela colina acima debaixo de um sol escaldante. Chegou ao cume à noitinha. Parou, demasiado exausta para dar mais um passo, enfiada naquelas roupas pesadas.
Quando as amigas regressaram do baile, Aree ainda estava demasiado cansada para se poder mexer. Foram buscar os pais dela e, quando estes chegaram, Aree já não se sentia vaidosa.
— Pai, mãe, vesti coisas a mais! Não preciso destas roupas todas!
— Tira então alguns desses vestidos e algumas dessas jóias pesadas. Ensinámos-te a querer demasiado. Tens de aprender a contentar-te com menos.
Jóia a jóia, vestido a vestido, Aree despojou-se de todas as suas coisas. Da vez seguinte que foi a um baile, estava lindíssima no seu vestido simples.
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Margaret Read MacDonald
The Girl Who Wore Too Much
Arkansas, August House, 1998
Tradução e adaptação
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Mais em
Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola S/3 Daniel Faria – Baltar

Outras infâncias, outros brinquedos




As imagens falam por si...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Metallica

Metallica é talvez a banda de metal mais consagrada do planeta, tendo sido a pioneira a levar o estilo ao topo das paradas, às rádios e à MTV, sem perder toda a sua legião de fãs antigos. Embora seja acusada por alguns de ter se vendido e tornado o seu som comercial a partir de 1991, a sua importância é uma quase unanimidade.
A banda começou em 1980, quando Lars Ulrich e James Hetfield se juntaram para gravar uma demo, "No Life 'til Leather". Desde o princípio procuraram levar aos extremos a agressividade de bandas que os influenciaram, como Venom e Diamond Head, ajudando a consolidar o estilo thrash metal que dava os seus primeiros passos. Também integrou uma das primeiras formações da banda o guitarrista Dave Mustaine, que foi demitido por abuso de álcool e mais tarde fundou a banda Megadeth.
Em 1983 gravaram o primeiro disco, com o sugestivo título de "Kill 'em All". Um verdadeiro clássico, considerado por muitos o melhor da banda. O disco é um divisor de águas na história do rock. Foi o primeiro disco de thrash a ter repercussão nos media especializados. A banda saiu então para a sua primeira grande tournée, com a banda Raven. Em 1984 sai o segundo álbum, "Ride the Lightning", com músicas quase tão agressivas quanto as do primeiro disco.

Em 1986, os Metallica, já uma banda grande, lançam o disco "Master of Puppets", que divide com "Kill 'em All" o melhor título da banda. O som tinha-se tornado muito mais elaborado, as letras muito mais profundas, mas a agressividade continuava a mesma. Os Metallica foram talvez a primeira banda a alcançar uma venda de mais de 500 mil cópias sem a ajuda de rádios ou vídeo clips.
Na tour do disco "Master of Puppets" ocorreu um facto que por pouco não encerrou a carreira da banda. O autocarro que os levava sofreu um acidente e o baixista Cliff Burton morreu. Para substituí-lo foi escolhido Jason Newsted. Embora seja considerado inferior a Cliff Burton por alguns fãs mais conservadores, Jason Newsted veio acrescentar algo ao estilo dos Metallica. A título de apresentação do novo componente a banda gravou o EP "Garage Days Re Revisited" com covers de outras bandas.

Em 1988 é lançado o álbum "...And Justice For All". O som da banda havia ficado tão elaborado, as composições tão longas, que foi preciso lançar um álbum duplo. Obviamente a tentativa de criar um som mais elaborado implicou na perda de peso e, no início, as críticas de que os Metallica se estariam “vendendo” ao grande público. Para incentivar ainda mais as más línguas, os Metallica pela primeira vez gravam um vídeo e são sucesso na MTV. Opiniões radicais à parte, as composições são de excelente qualidade, com destaque para "One", uma das melhores letras da sua carreira. O disco foi indicado para um Grammy.

Em 1991, com o lançamento do álbum "Metallica", viria a confirmar-se a tendência da banda se tornar popular. O "álbum preto" já estreiou em primeiro lugar nas paradas, vendeu mais de 10 milhões de cópias e tocou até à exaustão nas rádios e na MTV. A tournée que se seguiu ao disco foi imensa, durando quase quatro anos. Embora não seja de forma alguma um disco mau, realmente é impossível deixar de notar a falta de agressividade quando se compara este disco aos três primeiros da carreira da banda. As músicas "Enter Sandman", "The Unforgiven" e "Nothing Else Matters" foram os destaques.
Em 1996 saiu "Load", com uma sonoridade completamente diferente de todas as gravações anteriores dos Metallica. Se havia dúvidas quanto ao facto da banda estar abandonado o seu estilo mais agressivo dos primeiros álbuns, foram todas desfeitas. A meio de declarações constrangedoras, como as de que "o heavy metal morreu", os Metallica viveram sua fase de maiores vendas por um lado, mas por outro lado perderam boa parte dos seus fãs mais antigos. Com os boatos da gravação de um acústico para a MTV americana a banda prometeu para o próximo ano um álbum pesado como nos velhos tempos. "Reload" saiu em 1997, novamente com um som diferente dos Metallica originais, embora, realmente, mais pesado.

Em 1998 a banda lançou "Garage Inc", um álbum só de covers e com músicas de inúmeras bandas, como Motörhead, Budgie, Bob Seger, Black Sabbath, Mercyfull Fate, Misfits, Diamond Head, entre outras. O álbum reunia alguns covers antigos da época do "Garage Days Revisited" a novas versões. Em 1999 seguiu-se "S&M", gravação ao vivo da banda, tocando junto com uma orquestra.

Como se não bastasse a má repercussão de sua mudança de direção musical, em 2000 a banda envolveu-se numa polémica acção judicial contra a empresa Napster, responsável pelo programa com o mesmo nome, destinado à troca de músicas pela internet. Embora tenha dado início a processos que culminaram com o encerramento dos servidores do Napster, os resultados para a banda foram apenas negativos: tão rápido quando o Napster saiu de cena, uma dezena de novos mecanismos mais eficientes foi lançado; já a imagem da banda, agora acusada de se preocupar mais com o dinheiro e menos com os seus fãs, estaria maculada para sempre.

Em 2001 Jason Newsted anuncia a sua saída dos Metallica, que se mostrariam pouco amigáveis à medida que o baixista soltava entrevistas com críticas aos outros membros, principalmente Hetfield, na imprensa musical. As composições e gravações de um novo álbum foram iniciadas, ora com Hetfield assumindo o baixo, ora com a participação de Bob Rock no instrumento. As gravações foram interrompidas durante alguns meses pelo internamento de Hetfield, para tratamento de alcoolismo e outros vícios.

Em 2003 o cargo de baixista foi assumido definitivamente por Robert Trujillo (que tinha tocado com Ozzy Osbourne e Suicidal Tendencies entre outros).
Ainda em 2003 sai o controverso “Saint Anger”, com as linhas de baixo gravadas por Bob Rock. Uma tentativa desastrada de reaproximação com o peso resultou numa produção tosca, com um timbre de bateria estranho e, pior, praticamente sem solos de guitarra. O disco foi novamente um sucesso comercial, apesar da péssima recepção pelos fãs.

Os Metallica vão estar presentes na edição deste ano do Roch in Rio, em Lisboa.
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Trabalho realizado por:
Luís Fernandes, nº14, 7ºB

O presente da águia



Há muito tempo atrás, um caçador esquimó morava no Pólo Norte com a mulher e os filhos. A vida era difícil. Para matarem a fome, tinham de caçar.
Caçavam o dia inteiro. Arrastavam as presas para o seu acampamento, comiam a carne, e da pele faziam roupas. Depois de comer sentavam-se, cansados e em silêncio, ao lado uns dos outros, e começavam a bocejar.
Só o filho mais novo perguntava, de vez em quando:
— O que é que podemos ainda fazer hoje?
— Dormir! O que mais?
— respondia o pai.
— Podíamos ir ter com os homens que moram no acampamento vizinho.
Mas o pai abanava a cabeça.
— As pessoas lá também estão a dormir.
Então deitavam-se, chegavam-se uns aos outros, cobriam-se com as mantas de pele e adormeciam. Assim se passavam os dias, assim se passavam as noites, umas iguais às outras.
Certo dia, o filho mais novo foi sozinho à caça. Viu uma águia a voar em círculos por cima dele e esticou o arco. A águia aproximava-se cada vez mais. Por fim pousou no chão e aninhou-se na neve em frente ao rapazinho, a olhar muito calmamente para o caçador. A águia ainda era nova mas era grande e tinha umas penas bonitas. O jovem caçador sentiu-se estranhamente sem coragem e baixou o arco.
— Vai-te embora — disse para a águia. — És tão bonita! Não quero matar-te.
— Jovem caçador
— disse a águia — vem comigo ao meu acampamento. Tenho um presente para ti. Quero dar-te a dádiva da festa.
— Festa? O que é isso? — perguntou o rapaz.
— Uma festa alegra o coração — disse a águia. — Os amigos reúnem-se e comem todos juntos. Depois tocam nos tambores, cantam e dançam. Quem dá uma festa não está sozinho.
Então o rapaz foi com a águia, porque queria receber a dádiva que ajudava a afastar a solidão. Subiram a um grande monte. No cimo estava o acampamento da águia.
— Mãe! — gritou a jovem águia ainda de longe. — Trago um homem jovem que nunca esteve numa festa. Não sabe tocar tambor, nem cantar, nem dançar.
O rapaz teve medo, pois a mãe-águia era assustadoramente grande. A família inteira do rapaz podia dormir debaixo das suas asas. A mãe-águia abriu os olhos milenares e olhou para o jovem.
— Construí uma tenda para a festa, meninos! — disse.
A águia mostrou ao rapaz como se esticava pele de rena sobre uma armação de madeira, como se faziam baquetas de osso e como se batia com elas na pele esticada para começarem a soar.
— Inventai uma canção, meninos — disse a mãe águia.
— Uma canção? — perguntou o rapaz.
— Procura numa recordação boa e arranja palavras para ela — disse a mãe-águia.
O rapaz ficou a pensar. Depois, começou a bater no tambor e disse:
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Vi uma águia a voar
Lá no alto, sobre mim.
Desceu à terra e olhou-me.
O meu coração aqueceu e saltou de alegria.
A águia tornou-se minha amiga.
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— Está bem
— disse a mãe-águia. — Agora escuta as tuas palavras. Há nelas uma melodia que tens de aprender a ouvir. O rapaz escutou e começou a cantar, primeiro em voz baixa, depois mais alto.
— Agora dançai, meninos! — gritou a mãe-águia. — Jovem, o teu coração está a saltar de alegria. Deixa as tuas pernas imitarem-no!
O rapaz saltava e batia no tambor, ria de alegria e cantava a sua canção.
— Agora já sabes tudo — disse a mãe-águia — mas não recebeste a dádiva só para ti. Tens de a partilhar com todos os Homens.
O rapaz assim prometeu. Ainda tinha no saco de caça um pouco de gordura de foca. Pegou nela e pô-la em frente da mãe-águia.
Era uma oferenda pequenina, mas a mãe ficou contente.
— Ele aprendeu mesmo tudo o que é preciso saber para a festa – disse para o filho. — Leva-o de volta à terra dele.
O rapaz pôs os braços à volta do pescoço da águia, que levou o seu amigo para a planície, onde se despediram um do outro.
O jovem correu para casa e contou aos pais e aos irmãos a deliciosa prenda que tinha recebido.
Juntos prepararam uma festa, construíram uma casa, fizeram tambores, inventaram canções. Conversaram e riram uns com os outros, tentaram dançar, e os seus pensamentos tornaram-se alegres.
Ao fazerem qualquer coisa, perguntavam-se se não podiam inventar dali uma canção. E assim começaram a olhar as coisas à sua volta de uma nova forma.
Convidaram as pessoas do acampamento vizinho e vieram convidados de todos os lados. Fizeram um banquete, cantaram, dançaram e tocaram.
E vieram os lobos e os ursos polares, as raposas vermelhas e cinzentas, os linces e as galinhas da neve, e todos festejaram com os homens a primeira festa.

Tradução e adaptação
Lene Mayer-Skumanz (org.)
Hoffentlich bald
Wien, Herder Verlag, 1986


terça-feira, 27 de maio de 2008

Ter para os alfinetes


Significado
Ter dinheiro para viver.


Origem
Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D.Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia "A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos."

sábado, 24 de maio de 2008

Menino inteligente


O miúdo corre para a mãe e diz:
- Mãe, preferias que eu partisse a perna ou o jarro da sala?
- Que pergunta, filho! Claro que preferia que partisses o jarro da sala!
- Então podes ficar feliz porque não parti a perna.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Educação musical


Professor:
- Se és tu a cantar, dizes: "eu canto". Se for o teu irmão que canta, como é que dizes ?

Aluno:
- Cala a boca, Alberto!

23 de Maio - Dia do Autor Português - Apresentação do Livro "Manuel Cabanas, vida e obra" de Luís Romão

Tal como prometido, e para comemorar o Dia do Autor Português, recebemos o autor Luís Romão, também professor da nossa escola e colaborador deste blog, que nos brindou com a sua mais recente criação, um livro, ainda fresquinho, sobre a vida e a obra do Mestre Manuel Cabanas, uma figura ímpar do século XX.
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O painel foi composto pela Coordenadora da Equipa da BECRE, professora Fátima Veríssimo, pela Presidente do Conselho Executivo, professora Anunciação Simões, que teve a seu cargo a abertura do evento e pelo Autor, professor Luís Romão.

Tivemos "casa cheia"...


... o professor Luís Romão apresentou o seu "menino", respondeu às mais variadas questões colocadas pela assistência...


...e ainda distribuíu autógrafos e dedicatórias a todos. Foi cá uma labuta...
Aguardamos ansiosamente pelo próximo livro e pela sua apresentação aqui, neste nosso cantinho.
Força Romão!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Poesia



Poesia é beleza,
riqueza sem fim.
Faz nascer a ternura
e sentir a doçura
da flor de jasmim.
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No deserto da vida
e na escuridão,
é paz renascida,
é luz oferecida
em comunhão.
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No silêncio do mundo,
é firme expressão.
Não busca vaidades
mas busca a verdade
e a rectidão.
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Poesia é dom,
infância encantada,
alegria sentida
na senda perdida
e reencontrada.
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Nascem as palavras,
sementes de amor,
que voam nos ares
e vogam nos mares
em ondas de cor.
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São pobres os homens
que gritam rancor
e vivem na ânsia,
na cega ganância,
semeando dor.
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Ignoram os homens
que a simplicidade
os abre à beleza,
à grande riqueza
da fraternidade.
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Poesia é sonho,
é pássaro, luz,
arco-íris de sons.
Mensagem de paz
e voz que nos traz,
do fundo das cinzas,
a esperança perdida
na vida e seus dons.

Anónimo
Mais em

Um Pensamento Didáctico - As Emoções



O que são as emoções?
Serão sentimentos que temos ao longo da vida?
Já alguma vez te sentiste perdido,
Como se estivesses numa montanha russa?
Um dia com a moral em cima,
Outro dia com a moral em baixo.
Não te parece que é como andar aos solavancos,
Ou numa estrada de curvas apertadas?
Será que os altos equivalem à boa disposição?
Será que os baixos representam problemas e tristeza?
Serás capaz de lidar com essas dificuldades
Que se vão apresentando na vida
E com as emoções que elas desencadeiam?
Olha em frente, pensa no que está em teu redor,
Descreve as emoções que possas sentir
E tira daí a lição da tua vida.
Será que o Tédio é difícil de passar?
Será a Inveja um sentimento a ter?
Será a Tristeza um dia de melancolia?
Será o Sucesso um acontecimento a explorar?
Será a Dúvida um receio ou incerteza fácil de ultrapassar?
Será a Solidão um sentimento agradável?
Será a Frustração uma qualidade inferior a rever?
Será a Pressão um acto fácil com que se possa viver?
Será a Irritação um agastamento infundado?
Será a Vergonha um sentimento de desonra e pudor a ter?
Será a Rejeição um sentimento com que se saiba viver?
Será a Rebeldia um acto de teimosia e oposição a defender?
Será a Ansiedade uma inquietação de espírito ou uma incerteza aflitiva?
Será a Alegria uma manifestação de contentamento e satisfação para se mostrar?
Será a Paz um sentimento de tranquilidade, sossego e boa harmonia?
Ao leres estas emoções pensa bem nos seus significados.
As emoções não são em si mesmas, boas ou más.
Elas são somente a resposta
A um estímulo poderoso sobre nós,
Porque o bom ou o mau é o modo
Como lidamos com as emoções.
O segredo para as suportar
É a experiência que vamos ganhando na vida,
Porque nem sempre é possível gostar delas.
Mas é aconselhável aprender a viver com elas.Ao leres estas poucas palavras que aqui questiono, escolhe três delas e escreve qual o teu segredo para controlares as emoções nos momentos de dificuldade.
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Lurdes Leal
(D.Lurdes, papelaria)

Prémios Trailer de Livros da Língua Portuguesa



Os Prémios Trailer de Livros da Língua Portuguesa irão decorrer online para os melhores trailers de livros colocados em sítios de vídeos como o YouTube e inscritos no concurso.

Também poderão participar ao Curta BiblioFilmes e serão aceites participações até 31 de Dezembro de 2008.

Categorias a concurso
Melhor Trailer enviado por uma Editora
Melhor Trailer enviado por um Autor
Melhor Trailer enviado por um Leitor
Melhor Trailer enviado por uma Agência de Publicidade
Melhor Trailer enviado por uma Escola

Mais informação em BiblioFilmes
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Dia do Autor Português - 23 de Maio

Luís Romão


Luís Miguel Guerreiro Romão nasceu em Tavira a 27 de Março de 1972, mas sempre residiu em Vila Real de Santo António.
Licenciou-se em História na Universidade Lusíada de Lisboa, onde realizou também uma Pós-Graduação em História da Arte.
É professor de História na Escola EB 2,3 D.Paio Peres Correia, em Tavira, onde desempenha também a função de professor-tutor na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Tavira. É ainda membro e colaborador do blog da sua BECRE.
Desempenha funções de formador nos Cursos de Educação/Formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
É colaborador do Jornal do Algarve.
Integra actualmente a Comissão Toponímica da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.
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No dia 23 de Maio, Dia do Autor Português, apresentará na BECRE (Biblioteca e Centro de Recursos Educativos) da nossa escola o livro "Manuel Cabanas, vida e obra", editado recentemente, seguido de palestra e sessão de autógrafos.
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Ver programa aqui


Luís Romão, professor da nossa escola, na apresentação do livro da sua autoria, "Manuel Cabanas, vida e obra", na sessão solene da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, no dia 13 de Maio de 2008.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Valor, contexto e arte

Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Um sujeito entra na estação do metro, de calças de ganga, t-shirt e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, na hora de ponta matinal.
Durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de marca.

Manuel Cabanas


Manuel dos Santos Cabanas
(11 de Fevereiro de 1902 – 25 de Maio de 1995)



Manuel dos Santos Cabanas nasceu no concelho de Vila Real de Santo António no início do século XX e faleceu já no crepúsculo desse mesmo século. Durante a sua vida, passada a maior parte na cidade do Barreiro, na margem Sul do rio Tejo, assistiu e participou a grandes episódios da nossa história.
De origens muito humildes, próprias de famílias rurais, o Mestre, como ficaria conhecido, demonstrou sempre grande preocupação pelas injustiças sociais, pela defesa das liberdades e pelo auxílio aos mais desfavorecidos. Embora tivesse grande respeito pela profissão dos seus progenitores, a agricultura, Manuel Cabanas quis dar um outro rumo à sua vida, empregando-se nos Caminhos de Ferro, onde iria exercer funções durante largo tempo da sua vida.
O jovem Manuel decidiu mudar o rumo da sua vida e foi viver para o Barreiro, onde passaria a maior parte da sua existência.
Toda a sua vida foi norteada pelos princípios da Revolução Francesa, “Liberdade, igualdade e fraternidade”. Repúblicano convicto, Manuel Cabanas “viveu” o fim da monarquia e a implantação da República em 1910. Foi um lutador, um combatente contra qualquer forma de repressão. Foi torturado, preso, penalizado na sua profissão. Foi desterrado para a Estação de Caminhos de Ferro da Moita, onde trabalhava apenas de noite. Toda a noite! Como o trabalho não era muito, Manuel Cabanas aproveitou o tempo para aprender. A aprendizagem foi feita através da leitura de livros e revistas, algumas delas proibidas na época pelo regime salazarista. A esse período da sua vida, denominamos de “Universidade da Moita”. De uma forma autodidacta aprendeu sobre os mais variados temas: política, história, direito, arte, religião, filosofia entre outras áreas. É um exemplo que deveria ser seguido ainda hoje. Sem os recursos que dispomos actualmente, como a internet, a televisão ou o telefone, Manuel Cabanas preparou-se para a vida, adquirido um saber enciclopédico.
Manuel Cabanas foi um defensor das liberdades! Todo o tipo de liberdade: de pensamento, de expressão, de escolha. Por isso lutou sempre contra o regime Salazarista, contra a utilização da força pela PIDE, contra a censura. E foi muitas vezes penalizado por isso.
Esteve ao lado de Arlindo Vicente e mais tarde do General “Sem medo” Humberto Delgado, que acabaria por ser morto pela PIDE. Esteve ao lado dos capitães de Abril e dos grandes activistas políticos que estiveram na origem do 25 de Abril de 1974. Foi um dos elementos fundadores do Partido Socialista, na altura ainda clandestino.
Manuel Cabanas teve sempre grande apetência pelas tertúlias, organizando pequenos grupos onde debatia os mais variados assuntos. Tinha o dom da palavra e facilmente cativava a atenção daqueles que o ouviam.
Tinha também muito jeito para os ofícios, dedicando-se à encadernação de livros, actividade que ensinou a Aquilino Ribeiro. Mais tarde dedicou-se à Xilogravura, arte que o viria a notabilizar no mundo artístico. Em Vila Real de Santo António existe uma galeria com o seu nome que alberga grande parte da sua obra artística.
O Mestre estabeleceu relações de amizade com as elites culturais da época. Criou até uma relação de grande amizade com Cândido Portinari, notável pintor brasileiro do século XX. Já para não falar da sua relação com Aquilino Ribeiro ou com o antigo Presidente da República, natural de Portimão, Manuel Teixeira Gomes.
A vida de Manel Cabanas foi riquíssima. Pode-se dizer que não houve apenas um Manuel Cabanas, mas vários. Foi jornalista, historiador e até professor. Fez parte da Maçonaria. A sua dimensão é enorme e a sua história confunde-se com a própria história do século XX português.
Como muitos artistas, Manuel Cabanas nunca teve grande apreço pelos bens materiais. Acabou com algumas dificuldades económicas, mas nunca perdeu a dignidade e foi sempre fiel aos seus princípios.
Manuel Cabanas dizia:
“Tudo sacrifiquei a minha modesta mensagem espiritual no intuito de realizar alguma coisa que se prolongasse para além da minha vida.”

Manuel dos Santos Cabanas é um exemplo a seguir.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O problema

Era uma vez um lavrador. Embora trabalhasse noite e dia, nunca conseguia deixar de ser pobre. De cada vez que começava a sentir que estava a tirar o melhor partido de uma situação, tudo acabava sempre por falhar. Se num ano havia seca, no outro havia cheia. Se num ano os rebanhos adoeciam, no ano seguinte os lobos dizimavam-nos. Se num ano o preço do cereal descia, no ano seguinte o rei subia os impostos.
Certo dia, o lavrador estava sentado num tronco, cabisbaixo e desesperado. De repente, apareceu uma estranha e grotesca criatura a dançar, a cantar e a rir à volta do lavrador. Os pêlos que lhe cobriam o corpo estavam emaranhados, os olhos selvagens faiscavam e tinha os dentes pretos. O cheiro que exalava quase fez o lavrador chorar.
— Quem és tu?
— Eu, bom homem, sou o teu problema. Só passei por aqui para ter a certeza de que eras o mais infeliz possível!
— Monstro! Então é por tua causa que nunca coisa alguma me corre bem?
— Pois é! Eu sou o teu azar, a tua desgraça. Sem mim, serias um homem com sorte.

Rápido como o vento, o pobre homem agarrou o seu problema pelo pescoço e amarrou-o com cordas fortes. Em seguida, abriu uma cova bem funda e atirou a sua desgraça lá para dentro. Tapou-a com pedras e regressou a casa.
No dia seguinte, a sorte começou a mudar. As ovelhas deram à luz gémeos, as vacas começaram a dar duas vezes mais leite, as culturas cresciam mais depressa e mais alto do que nunca, e as árvores estavam carregadas de frutos. Todos os comerciantes queriam comprar os seus produtos e toda a gente vinha adquirir os seus legumes, frutos e animais. Em poucas semanas, o homem, que fora tão pobre, estava rico.
O lavrador tinha um vizinho que habitualmente era bem sucedido. Este homem rico sempre olhara com desdém para o lavrador e ridicularizara o seu trabalho. Agora via que o lavrador estava quase tão rico como ele e, ainda por cima, em tão pouco tempo. Um dia, não conseguiu aguentar mais a curiosidade e foi visitá-lo.
— Parabéns, vizinho pela sua recente boa sorte. Devo dizer que estou admirado com a rapidez com que conseguiu fazer prosperar esta quinta. Qual é o segredo?
— É simples. Encontrei a raiz do meu infortúnio. O meu problema veio vangloriar-se da minha má-sorte e eu apanhei-o. Enfiei-o num buraco fundo, que cobri com pedras, um buraco que fica na minha pastagem. Essa é, sem dúvida, a razão pela qual finalmente tive sorte, depois destes anos todos de trabalho e fracasso.
O lavrador rico não gostou que o vizinho tivesse finalmente triunfado na vida. Naquela mesma noite, rastejou até ao buraco onde o problema do vizinho estava enterrado. Durante toda a noite levantou as pesadas pedras e cavou a terra até encontrar o problema. Desamarrou-o e pô-lo em liberdade.
— Muitíssimo obrigado — gritou o problema. — O senhor é um verdadeiro amigo.
— Agora
— disse o homem rico — podes voltar a atormentar o teu antigo dono outra vez.
— Não, não, não!
— gritou o problema. — Aquele homem tratou-me muito mal e atirou-me para dentro deste buraco. Mas o senhor foi tão amável em libertar-me! Vai ser um amo muito melhor. Vou ficar consigo para sempre.
Assim foi e assim devia ser.

Dan Keding
Stories of Hope and Spirit
Little Rock, August House Publishers, 2004
.

Erro crasso



Significado
Erro grosseiro

Origem
Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos, tínhamos Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso ".

Batatas



Professor:
- O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas ?
Aluno:
- Puré de batata, senhor professor!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Leitura


Hoje é dia de leitura,
Vamos lá todos escutar.
Vamos ler uma história,
Para a sabermos contar.
Para isso temos primeiro,
O seu código de decifrar.
Vamos ler e compreender,
O que a história quer dizer,
Para podermos julgar.
Ao leres uma história,
Fá-lo com atenção.
Faz uma leitura silenciosa,
E exprime a tua emoção.
Voa, sonha, viaja,
E põe na leitura toda a paixão.
Como tudo na vida,
As histórias são diferentes,
Possuem valor linguístico e artístico,
São leituras interessantes.
Nos livros que encontrares,
Faz uma leitura profunda.
E se não a compreenderes,
Pede ao teu professor ajuda.
Na nossa escola se prepara,
Uma jovem e nova geração.
A cultura nunca pára,
Nem tão pouco a educação.
.
Lurdes Leal
(D.Lurdes, papelaria)

Até sempre!



Se o País parou para ouvir as escolhas de Luiz Felipe Scolari para o Campeonato da Europa, poucos ligaram ao desaparecimento do olímpico Bruno Neves...
É pena!...

Mais assuntos interessantes em Terra do Sol

Concurso Literário "Amigo Leal, Castillo Real"



La Amistad
Un amigo ideal

La amistad es una reliquia de verdad
A tu lado yo quiero estar… sin nada contestar
Tú eres mi amiga y yo tu amiga soy
Fui tu amiga ayer, tu amiga hoy

Los amigos son lo más importante en mi vida
Sin ellos me siento perdida

Sin tu amistad no voy a vivir
Sin tu amistad voy a morir
Y si algún día nos enfadamos
No olvides que siempre te voy a querer

Tú eres muy importante para mí
Yo te quiero
Te quiero justo aquí

Contigo yo hablé
Y con una sonrisa pensé…
Que eres más que una Amiga… Eres una hermana
Aquella que yo veo toda la semana

No sé qué más decir…
Solo tú me haces sonreír
Gracias por toda la AMISTAD
Eres una amiga de verdad.

NC15



La Amistad

Hay cosas bellas en el Mundo
Y entre ellas la verdad
Es la más bella entre las bellas
Y se llama amistad

Es muy bueno tener amigos
En las horas buenas y malas
Y las amistades verdaderas
Hay que saber preservarlas

Una amistad es una fortuna
Un tan noble sentimiento
Que nos hace más felices
En todo y cualquier momento

Flor-de-Liz




La Amistad

La amistad es como un tesoro… es muy antigua y muy deseada. Pero son pocos los que la encuentran. Ella es la cosa más preciosa que nosotros podemos tener, porque hoy en día hay pocas personas que saben cómo pueden ser verdaderos amigos.
La amistad para ser perfecta tiene que ser cultivada como un jardín… primero tiene que ponerse la semilla. Después, todos los días, tiene que ser regada para que el resultado final sea la cosa más importante que se hace en su vida.
Muchas personas tienen pocos amigos… pueden tener tan sólo uno… pero a veces ese amigo vale por cinco o seis… porque la amistad es…
cuando alguien necesita de nosotros y nosotros estamos allí…
cuando en los momentos más felices de nuestra vida no estamos solos… nuestro amigo está allí…
cuando tenemos un secreto y podemos confiar en su silencio…
cuando él nos defiende de todos…
Eso sí es un verdadero amigo! Pero tengo mucha pena de que no haya muchos amigos así…
Hoy tenemos muchas personas que dicen que son nuestras amigas, pero que después… cuando las necesitamos sólo nos dicen que están muy ocupadas para ayudarnos… ¿Qué hacen estas personas en nuestras vida? Tenemos que cambiar de amigos…buscar nuevos amigos de verdad, porque amigos… son personas que nos estiman y nosotros los estimamos a ellos. En todo el mundo hay falsos amigos y amigos de verdad… ¡sólo tenemos que buscarlos como si fuesen un tesoro y estimarlos como un jardín…!

Papoila

terça-feira, 13 de maio de 2008

Alice Vieira



Alice Vieira nasceu em Lisboa em 1943. Licenciou-se em Filologia Germânica. Dedicou-se ao jornalismo, tendo dirigido no Diário de Notícias os suplementos Juvenil e Catraio (1984-1989). Colaborou em vários programas de televisão para crianças e escreveu recensões críticas de livros infanto-juvenis para diversas publicações. Considerada uma das mais importantes autoras portuguesas de literatura infanto-juvenil, os seus livros foram premiados diversas vezes. Em 1996 foi candidata pelo conjunto da sua obra ao Prémio Hans Christian Andersen. As suas obras foram traduzidas para várias línguas, destacando-se o alemão, o búlgaro, o basco, o castelhano, o galego, o francês, o húngaro, o neerlandês, o russo e o servo-croata.

Obras
1979 - Rosa, Minha Irmã Rosa
1979 - Paulina ao Piano
1980 - Lote 12 - 2º Frente
1982 - Chocolate à Chuva
1981 - A Espada do Rei Afonso
1983 - Este Rei que eu Escolhi
1984 - Graças e Desgraças na Corte de El Rei Tadinho
1985 - Águas de Verão
1986 - Flor de Mel
1987 - Viagem à Roda do meu Nome
1988 - Às Dez a Porta Fecha
1990 - Úrsula, a Maior
1990 - Os Olhos de Ana Marta
1991 - Promontório da Lua
1995 - Caderno de Agosto
1997 - Se Perguntarem por mim, Digam que Voei

Outros
1986 - De que são Feitos os Sonhos
1988 - As Mãos de Lam Seng
1988 - O que Sabem os Pássaros
1988 - As Árvores que Ninguém Separa
1988 - Um Estranho Baralho de Asas
1988 - O Tempo da Promessa
1990 - Macau: da Lenda à História
1991 - Corre, Corre, Cabacinha
1991 - Um Ladrão debaixo da Cama
1991 - Fita, Pente e Espelho
1991 - A Adivinha do Rei
1992 - Rato do Campo, Rato da Cidade
1992 - Periquinho e Periquinha
1992 - Maria das Silvas
1993 - As Três Fiandeiras
1993 - A Bela Moura
1994 - O Pássaro Verde
1994 - O Coelho Branquinho
1994 - Eu Bem Vi Nascer o Sol
1997 - Praias de Portugal

Prémios
1979 - Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com "Rosa, Minha Irmã Rosa".
1983 - Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil com "Este Rei que Eu Escolhi".
1994 - O Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra.


Trabalho realizado por:
João Garcias, nº16, 7ºC
Neilson Júnior, nº19, 7ºC

Concurso de Poesia "A Natureza" - Resultados


1º Prémio
Ana Cristina Pereira, nº2, 9ºC

2º Prémio
Luís Marques, nº13, 9ºA

3º Prémio
Tiago Afonso, nº19, 7ºD
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Certificados de Participação
Bruna Leal, nº3, 5ºC
Marina Kovatchki, nº12, 5ºC
Ângela Kurakova, nº4, 7ºD
Patrícia Estêvão, nº17, 8ºB
Diogo Domingos, nº9, 8ºC
Inês Guilherme, nº10, 8ºC
Soraia Lázaro, nº18, 9ºA
.
.
Parabéns a todos e não deixem de participar!

As Palavras



As palavras são uma arte,
São cultura e são histórias.
Ao lê-las em qualquer parte,
Algo nos vem à memória.

Palavra é sempre algo,
Que todos devemos louvar.
Aquelas que na verdade,
Se podem decifrar.

O dom que as palavras têm,
Esses tão belos padrões,
Despertam em nós de imediato,
Muitas e maravilhosas lições.

Na cabeça de uma criança,
Uma palavra é um mundo.
Vem da palavra esperança,
O saber mais profundo.
.
Lurdes Leal
(D.Lurdes, papelaria)

Zorro, o Começo da Lenda - Isabel Allende

Sinopse
.
Nascido no sul da Califórnia no século XVIII, Diego de la Vega é um rapaz preso entre dois mundos. O pai, um militar aristocrata espanhol, é um importante latifundiário. A mãe, é uma guerreira da tribo indígena Shoshone. Da avó materna, Coruja Branca, aprende os costumes da sua gente, enquanto que do pai aprende a arte da esgrima e como marcar o gado.
Durante a infância, cheia de traquinices e aventuras, Diego é testemunha das brutais injustiças que os indígenas norte-americanos enfrentam pela parte dos colonos europeus, e sente pela primeira vez um conflito interior em relação à sua herança.
Aos 16 anos, Diego é enviado a Barcelona para receber uma educação europeia. Num país oprimido pela corrupção do domínio Napoleónico, o jovem decide seguir o exemplo do seu célebre professor de esgrima, e adere "À Justiça", um movimento clandestino de resistência, que se dedica a ajudar os pobres e indefesos. Imerso num mundo de um ambiente de revolta e desordem, enfrenta pela primeira vez um grande rival que vem de um mundo de privilégio. Entre a Califórnia e Barcelona, o novo mundo e o velho continente, forma-se a personagem do Zorro, nasce um grande herói e começa a lenda.
Depois de muitas aventuras - duelos ao amanhecer, violentas batalhas marítimas com piratas e resgates impossíveis - Diego de la Vega, conhecido também como Zorro, regressa à América para reclamar a propriedade onde cresceu, em busca de justiça para todos aqueles que não podem lutar por si próprios.
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Opinião da Imprensa
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"Um romance indispensável. Entre a fantasia e a realidade, Allende recria Zorro como uma mistura de Peter Pan, Robin Hood e Che Guevara."
Diário de Notícias

"Com uma escrita ágil e fluente, Isabel Allende criou um dos melhores romances de aventuras da literatura moderna."
Expresso

"Como um amante, lento e sedutor, Allende provoca, incita, excita com os seus cantos encantadores."
Washington Post

"Genial."
New York Times Book Review

"Allende é um génio."
Los Angeles Times Book Review

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dom Paio na Lua


Pois é, o nosso blog vai andar na Lua.
Segundo Cathy Peddie, Gestora de Projecto para o LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) na Nasa, “a missão LRO é o 1º passo nos planos da Nasa para fazer regressar os humanos à Lua em 2020”.

A Nasa convida as pessoas de todas as idades a juntarem-se à viagem da exploração lunar com esta fantástica oportunidade de podermos enviar os nossos nomes a bordo da nave Lunar Reconnaissance Orbiter (Reconhecimento da Órbitra Lunar) ou LRO.

Podes colocar a tua informação em http://lro.jhuapl.edu/NameToMoon, imprimir um certificado e ter o teu nome numa base de dados que irá para um microchip que será integrado na nave. A data limite para submeteres o nome termina a 27 de Junho de 2008.

Embora não tenhamos conhecimento de mouros na Lua, o nosso patrono, D.Paio Peres Correia, já está preparado para ser lançado na Lua e fazer parte da nova onda de exploradores lunares (Date: May 07, 2008 Certificate No: 651841).

Mais informação e Biblioteca Lunar em Biliofilmes.


Cidade dos Poços


Esta história representa para mim o símbolo da corrente que une as pessoas através da sabedoria dos contos. Contou-ma uma paciente que a tinha ouvido, por sua vez, da boca de um ser maravilhoso, o padre crioulo Mamerto Menapace. Assim como a reproduzo agora, ofereci-a uma noite a Marce e a Paula.

Aquela cidade não era habitada por pessoas, como todas as outras cidades do planeta.
Aquela cidade era habitada por poços. Poços vivos... mas afinal poços.
Os poços distinguiam-se entre si não somente pelo lugar onde estavam escavados, mas também pelo parapeito (a abertura que os ligava ao exterior).
Havia poços ricos e ostensivos com parapeitos de mármore e metais preciosos; poços humildes de tijolo e madeira, e outros mais pobres, simples buracos rasos que se abriam na terra.
A comunicação entre os habitantes da cidade fazia-se de parapeito em parapeito, e as notícias corriam rapidamente de ponta a ponta do povoado.
Um dia, chegou à cidade uma «moda» que certamente tinha nascido nalgum pequeno povoado humano.
A nova ideia assinalava que qualquer ser vivo que se prezasse deveria cuidar muito mais do interior do que do exterior. O importante não era o superficial, mas o conteúdo.
Foi assim que os poços começaram a encher-se de coisas.
Alguns enchiam-se de jóias, moedas de ouro e pedras preciosas. Outros, mais práticos, encheram-se de electrodomésticos e aparelhos mecânicos. Outros ainda optaram pela arte, e foram-se enchendo de pinturas, pianos de cauda e sofisticadas esculturas pós-modernas. Finalmente, os intelectuais encheram-se de livros, de manifestos ideológicos e de revistas especializadas.
O tempo passou.
A maioria dos poços encheu-se a tal ponto que já não podia conter mais nada.
Os poços não eram todos iguais, por isso, embora alguns se tenham conformado, outros pensaram no que teriam de fazer para continuar a meter coisas no seu interior...
Um deles foi o primeiro. Em vez de apertar o conteúdo, lembrou-se de aumentar a sua capacidade alargando-se.
Não passou muito tempo até que a ideia começasse a ser imitada. Todos os poços utilizavam grande parte das suas energias a alargar-se para criarem mais espaço no seu interior. Um poço, pequeno e afastado do centro da cidade, começou a ver os seus colegas que se alargavam desmedidamente. Ele pensou que se continuassem a alargar-se daquela maneira, dentro em pouco confundir-se-iam os parapeitos dos vários poços e cada um perderia a sua identidade...
Talvez a partir dessa ideia, ocorreu-lhe que outra maneira de aumentar a sua capacidade seria crescer, mas não em largura, antes em profundidade. Fazer-se mais fundo em vez de mais largo. Depressa se deu conta de que tudo o que tinha dentro dele lhe impedia a tarefa de aprofundar. Se quisesse ser mais profundo, seria necessário esvaziar-se de todo o conteúdo...
A princípio teve medo do vazio. Mas, quando viu que não havia outra possibilidade, depressa meteu mãos à obra.
Vazio de posses, o poço começou a tornar-se profundo, enquanto os outros se apoderavam das coisas das quais ele se tinha despojado…
Um dia, algo surpreendeu o poço que crescia para dentro. Dentro, muito no interior e muito no fundo... encontrou água!
Nunca antes nenhum outro poço tinha encontrado água.
O poço venceu a sua surpresa e começou a brincar com a água do fundo, humedecendo as suas paredes, salpicando o seu parapeito e, por último, atirando a água para fora.
A cidade nunca tinha sido regada a não ser pela chuva, que na verdade era bastante escassa. Por isso, a terra que estava à volta do poço, revitalizada pela água, começou a despertar.
As sementes das suas entranhas brotaram em forma de erva, de trevos, de flores e de hastezinhas delicadas que depois se transformaram em árvores...
A vida explodiu em cores à volta do poço afastado, ao qual começaram a chamar «o Vergel».
Todos lhe perguntavam como tinha conseguido aquele milagre.
Não é nenhum milagre — respondeu o Vergel. — Deve procurar-se no interior, até ao fundo.
Muitos quiseram seguir o exemplo do Vergel, mas aborreceram-se da ideia quando se deram conta de que para serem mais profundos, se tinham de esvaziar. Continuaram a encher-se cada vez mais de coisas...
No outro extremo da cidade, outro poço decidiu correr também o risco de se esvaziar...
E também começou a escavar...
E também chegou à água...
E também salpicou até ao exterior criando um segundo oásis verde no povoado...
Que vais fazer quando a água acabar? — perguntavam-lhe.
Não sei o que se passará — respondia ele. — Mas, por agora, quanto mais água tiro, mais água há.
Passaram-se uns meses antes da grande descoberta.
Um dia, quase por acaso, os dois poços deram-se conta de que a água que tinham encontrado no fundo de si próprios era a mesma...
Que o mesmo rio subterrâneo que passava por um inundava a profundidade do outro.
Deram-se conta de que se abria para eles uma vida nova.
Não somente podiam comunicar um com o outro de parapeito em parapeito, superficialmente, como todos os outros, mas a busca também os tinha feito descobrir um novo e secreto ponto de contacto.
Tinham descoberto a comunicação profunda que somente conseguem aqueles que têm a coragem de se esvaziar de conteúdos e procurar no fundo do seu ser o que têm para dar...

Jorge Bucay
Contos para pensar
Cascais, Editora Pergaminho, 2004
.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Força...


O vento, lá fora, tenta, com toda a sua força,
desafiar as árvores.
O sol, ainda meio adormecido, tenta, com toda a sua força,
levantar-se para um novo dia.
A lua, já cansada, tenta, com toda a sua força,
abandonar aos poucos o céu.
As estrelas, já deixando de brilhar, tentam, com toda a sua força,
limpar o céu.
O mar, cansado, tenta, com toda a sua força,
agitar o seu imenso corpo.
A Terra, quase sem vida, tenta, com toda a sua força,
manter-se.
A chuva, exausta, tenta, com toda a sua força
continuar sem cessar.
O Sorriso tenta, com toda a sua FORÇA,
não se perder.
Os crentes tentam, com toda a força,
Manter a Fé.
Os peregrinos tentam, com toda a sua força,
não quebrar a promessa.
As nuvens tentam, com toda a sua força,
libertar-se de cada gota que nelas se acumula.
As flores tentam, com toda a sua força,
não perder a vivacidade.
O arco-íris tenta, com toda a sua força,
não perder as suas preciosas cores.
As palavras tentam, com toda a sua força
não se perder.
O Amor tenta, com toda a sua força,
lutar pela sua Alma Gémea.
A luz tenta, com toda a sua força,
iluminar o caminho de quem se perdeu.
O universo tenta, com toda a sua força,
manter-se bem firme.
Os soldados tentam, com toda a sua força,
sobreviver.
Os pincéis tentam, com toda a sua força,
pintar mais uma tela.
O gelo tenta, com toda a sua força,
não derreter.
A água tenta, com toda a sua força,
não se esgotar.
Os corações tentam, com toda a sua força
continuar a bater.
O fogo tenta, com toda a sua
não se apagar.
Os doentes tentam, com toda a sua força,
curar-se.
O SIM tenta, com toda a sua força,
não se tornar num Talvez.
A saudade tenta, tenta com toda a sua força,
fazer-se sentir.
A beleza tenta, com toda a sua força,
não desaparecer.
As recordações tentam, com toda a sua força,
não cair no esquecimento.
Os perfumes tentam, com toda a sua força,
não perder o seu aroma.
A tristeza tenta, com toda a sua força
tornar-se intensa.
A coragem tenta, com toda a sua força,
lutar para poder voltar.
A alegria tenta, com toda a sua força
fazer-se sentir.
A solidão tenta, com toda a sua força,
ficar só.
As pegadas tentam, com toda a sua força,
ficar marcadas na areia.
A Esperança tenta, com toda a sua força,
não se perder.
O vento, o sol, a lua, as estrelas, o mar, a Terra, a chuva, o Sorriso, os crentes, os peregrinos, as nuvens, as flores, o arco-íris, as palavras, o Amor, a luz, o universo, os pincéis, o gelo, a água, os corações, o fogo, os doentes, o SIM, a saudade, a beleza, as recordações, os perfumes, a tristeza, a coragem, a alegria, a solidão, as pegadas, a Esperança, todos eles têm um objectivo em comum: Salvar-se. E para isso, reúnem TODA A SUA FORÇA, esperando que um dia, a própria Vida os saiba recompensar de todo este esforço.

Soraia Lázaro (9ºA)

domingo, 4 de maio de 2008

Dia da Mãe

As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.

Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.

À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.

Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.

A maioria das fontes é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.

Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.

Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.

Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.

E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas actualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.
No Brasil, o Dia das Mães é celebrado no segundo domingo de Maio, conforme decreto assinado em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.
Em Israel o dia da mãe deixou de ser celebrado, passando a existir o dia da família em Fevereiro.

Concurso de "Filmes com Energia" feitos por telemóvel


"O BiblioFilmes recomenda este novo concurso de vídeos que também poderá ter excelentes participações e ser muito importante para todos nós: O concurso é realizado através do YouTube e é intitulado Filmes com Energia: Luzes, Câmara, Telemóveis em Acção! O portal infanto-juvenil e "canal oficial" da energia ABCDaEnergia.com (uma verdadeira e virtual biblioteca da energia) criou um concurso de..."


Também podes ver o filme norte-americano Comédia passada na Biblioteca

Mais em BiblioFilmes

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vídeo da Biblioteca Municipal de Murça também venceu


..."O podium virtual vai para o vídeo nº 11, da Biblioteca Municipal de Murça, que acabou também num honroso 2º lugar na votação popular (apesar de durante vários períodos da votação ter estado no 1º lugar, no que foi uma emocionante troca de lugares com o vídeo n.º6 “Aprendendo com a leitura”, que acabou vitorioso)."...

Mais em Bibliofilmes

Laura Flor



– Laura Flor, vem cá!
A Laura veio e era como uma flor. Delicada e suave flor igual ao nome.
Depois, foi a Maria Clara de tranças belas, castanhas, nariz arrebitado, sorriso claro – e Clara se chamava. A apertar a bata, na cintura, um cinto feito de papéis de lustro de cor, arco-íris naquela cintura de menina.
Depois, a Maria Odete, figurinha que parece ter saído de uma jarra, sempre com muitos cuidados a andar, a falar, jeito que lhe ficou de estar dentro da jarrinha. Uns olhos orientais, um sorriso que é quase choro, franjinha negra sobre os olhos à flor da pele.
– Maria Odete, se eu fosse ao Oriente e encontrasse uma flor, lembrava-me logo de ti!
– Pois é! Ela tem os olhos em bico!
– diz uma companheira, pronta a tirar conclusões.
Maria Odete começa a chorar. A caírem-lhe as lágrimas devagarinho, brilhantes, também com cuidado, lentas, luminosas.
Eu não sei o que vou dizer, mas digo. Não sei o que disse, mas Maria Odete sorri. Devagarinho, também as lágrimas acabam de cair.
A que disse que a Maria Odete tinha os olhos em bico é tal e qual uma maçã dourada, redonda, toda muito por igual: maçã suspensa, nítida, decidida.
As meninas todas olharam com admiração a flor do Oriente.
Eu é que não devia dizer estas coisas, eu é que tenho a culpa – pensar alto. Mas havia reparado ontem na Maria Odete a dizer-me que não tinha livro nenhum.
– Foi tudo na cheia de ontem, minha senhora...
– E nunca mais os viste?
– Nunca mais! A minha bata, apanhei-a hoje na valeta... Até o dinheiro que ficou está a secar, preso por molas.
Diz isto com uma vozinha de quem canta dentro da tal jarra.
- Sabe a senhora? As minhas vizinhas dizem que vão reclamar ao Ministro...
–...?
– Porque não arranjaram aquele cano... É por isso que eu hoje não trago bata nem tenho livro...
– …
– ... nem tenho dinheiro para comprar outro...

Diz isto tudo muito serena, com um ar de quem está a contar a história mais natural deste mundo. História tão cinzenta que na voz dela até parece um conto de fadas ao contrário.
A menina linda com os olhos à flor da pele, transparentes e escuros ao mesmo tempo. Puros. A infância desarmada.
– Senhor Ministro, devia ter mandado arranjar o cano. Não tenho livro, não tenho bata, o pouco dinheiro está a secar, preso por molas...
Tão serena. As lágrimas vagarosas de hoje – como meninas que saíram a passear para uma ilha imaginária.
Senhor Ministro, desça abaixo ao seu jardim...
Mas o Senhor Ministro não ouviu. Não desceu. Sabe lá o que é ter o pouco dinheiro preso por molas e os livros a irem na cheia.
E deve ter aprendido na escola, no liceu, que Camões salvou os Lusíadas a nado. E que deixou o fim do poema para Laura Flor escrever. Com uma peninha de rouxinol.

Matilde Rosa Araújo
As botas de meu pai
Lisboa, Livros Horizonte, 1977

Mais em
Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola S/3 Daniel Faria – Baltar

Alunos vão estudar Harry Potter



Alunos vão estudar Harry Potter


..."Os alunos serão assim obrigados a saber a história de ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’, de discorrer sobre a intriga, as personagens e o estilo da linguagem usada por Rowling – recentemente descrito por um juiz como uma algaraviada! Terão ainda de escrever uma história de 800 palavras inspirada na aventura do jovem feiticeiro."...


Mais em Bibliofilmes

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia da Espiga


“Da Páscoa à Ascensão, quarenta dias vão”

O fenómeno de revitalização vegetativa, em que a natureza após a longa letargia invernal acorda, desabrochando numa sinfonia de vida, constituiu sempre para as populações arcaicas, um momento mágico e determinante da visão cósmica da existência. Momento aguardado com a ansiedade das perspectivas de novas colheitas mas, igualmente despoletador de dúvidas acerca da sua efectiva realização, este é o tempo em que chega a Primavera. Tempo sagrado, como todos os tempos de transição, nele se efectuavam, em épocas passadas, diversos cerimoniais cujas funções exprimiam a comemoração festiva do eclodir primaveril e, algumas vezes até, rituais de expulsão simbólica do Inverno que terminava. Neste sentido, realizaram-se durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, grandiosos festivais florais em que jovens nubentes se espalhavam pelos campos e, em alegre convívio cantavam e dançavam, e se enfeitavam com verduras e flores, num ritual ancestral de que o nosso “dia da espiga” constitui herdeiro directo, embora minorado.

Poder-se-á dizer, então, que fazendo parte deste ciclo festivo da Primavera, a Quinta-Feira da Ascensão, ou “da espiga”, corresponde à cristianização de um complexo de festividades pagãs ligadas à celebração e consagração da natureza. De facto para as sociedades primitivas, a regeneração vegetal, de que a agricultura é função, está dependente, em grande parte, das boas ou más vontades divinas e, em última instância, da maior ou menor fertilidade da terra-mãe. Não é portanto de admirar que este tempo vital, expresso no renascer das plantas, no desabrochar das árvores e na proliferação das flores e frutos, desencadeasse grandes manifestações de alegria, em que jovens se dirigiam para os campos, para aí, em comunhão com a natureza, festejarem e, naturalmente, adquirirem também eles as energias fecundantes que nesta altura fluíam em profusão. Denomina-se ainda "Quinta-feira de Espiga" ou "Dia da Espiga", a quinta-feira assinalada no calendário cristão como da Ascensão, em que a Igreja comemora a ascensão de Jesus Cristo ao Céu.

Mas o “dia da espiga” era também o “dia da hora”. Herdeiro de simbolismos primevos, este era um tempo particularmente sagrado. Um tempo por muitos considerado “o dia mais santo do ano”, em que se não devia trabalhar e em que “nada bulia”, em que as transgressões referentes ao trabalho se revelam estranhamente ineficazes, quando não se manifesta até outro tipo de sanção mais radical.
Avultava, aí, uma hora em que as coisas possuíam especiais valências e singulares transcendências... o meio-dia! Essa é a hora em que os “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam” configurando assim, devotadamente, o sinal da cruz”! De sacralismo tão intenso que, como se cré, na zona do Vale do Tejo, nem os “passarinhos vão ao ninho”!
Ao meio-dia se deviam, então, colher as ervas que iam ser utilizadas na farmacopeia popular durante todo o ano. Ao meio-dia se deviam preferencialmente colher os diversos raminhos que no seu conjunto constituíam a “espiga”, temporalidade que por razões funcionais foi, em muitas zonas, caindo em desuso.
É um tempo prodigioso, eivado de proibições e obrigações. Nalgumas aldeias acreditava-se que não se podia, nesse dia, cozer pão. Noutras, pelo contrário, o pão cozido era sagrado, mantendo-se incorrupto até ao ano seguinte. Em Alenquer, por exemplo, o leite ordenhado nesse dia não se vendia, dava-se, já que a realização de negócios, mesmo os mais simples, constituía mau presságio.

Em casa “a espiga” era, e é, guardada atrás da porta ou junto da imagem de particular devoção. A mera existência numa habitação desse simples raminho, constitui poderoso e multifacetado amuleto. Para dar saúde, alegria e abundância e, especialmente, para que nessa casa nunca faltem os indispensáveis azeite e pão!
Aliás, o seu sentido propiciatório era, em tempos idos, evidente e diversificado. Quando das trovoadas, um bocado posto a arder à lareira afastava os raios e oferecia protecção eficaz contra a tormenta. A este tempo estavam ainda ligadas as oferendas das “primícias” e as “benções dos campos”, nos nossos dias, por razões funcionais, de contornos institucionais mais ou menos litúrgicos e de temporalidade mais variada. Em muitas zonas do país, costumavam-se soltar, durante a missa, grupos de andorinhas que, paciente e delicadamente, se tinham apanhado nos dias anteriores, adornadas as mesmas com coloridas fitinhas e lacinhos vermelhos.

Enfim, sejam ou não vistos, hoje, numa perspectiva canónica, fazendo ou não parte do imaginário popular, estas tradições que comemoram o desabrochar da Primavera são sempre tempos especiais na temporalidade mística das populações rurais mediterrâneas e, na sua coexistência com o sacralismo da terra-mãe, hierofania exemplar da sua relação com a esfera do sagrado.É o milagre da vida, que se renova periódica e inexoravelmente todos os anos. Da terra prenhe eclodem os frutos naturais. Semente divina, condição de sobrevivência, dádiva da fertilidade que as massas urbanas apenas, hoje, apreciam à distância!

Tradicionalmente, neste dia, em várias localidades, colhe-se a espiga de trigo, o elemento mais simbólico.
Compõem igualmente o ramo, um malmequer, uma papoila, um ramo de oliveira, um ramo de parreira e um pé de alecrim.
Simbologia associada a cada elemento:
Espiga – Pão
Malmequer – Ouro e prata
Papoila – Amor e vida
Oliveira – Azeite e paz
Videira – Vinho e alegria
Alecrim – Saúde e força
Nalgumas regiões fazem-se também ramos com espigas de trigo, rosmaninho, malmequeres brancos e amarelos, papoilas e folhagem de oliveira.