Biblioteca da Escola EB 2/3 Dom Paio Peres Correia - Tavira
quinta-feira, 29 de março de 2012
O tesouro do peregrino
Ao início da manhã, a aldeia de In-Amènas não tinha ainda retomado as suas atividades habituais: alguns camponeses altivos, envoltos nos seus bournous (mantos de lã com capucho), falavam em voz alta, bebendo chá de menta.
Um grupo de homens em pé rodeava dois jogadores de dominó que dispunham lentamente as suas pedras numa pequena tábua oscilante. Um nómada que transportava vários feixes de raízes secas esperava pacientemente um eventual comprador… Os camelos, habituados ao grande erg (deserto de areia), e nervosos por se encontrarem num local fechado, rodeado de arcadas, soltavam roncos insuportáveis.
Nas casas baixas de paredes sem janelas, ouvia-se de vez em quando o barulho de um tear. Na parte inferior das pequenas lojas sombrias, os mercadores dormitavam de leque na mão. Numa pequena sala do andar térreo contígua à mesquita, o velho Taleb, com uma longa cana na mão, obrigava todas as crianças de cócoras diante de si a repetir versículos do Corão, e o ruído surdo das vozes roufenhas dos pequenos perdia-se nas ruas estreitas…
Mas eis que chega, pela porta norte da aldeia, um homem montado num camelo. Com imponência e lentidão, penetra pela poterna e para. O viajante afrouxa a rédea do animal e inclina a cabeça sobre o peito. De repente, veem-no cair na areia. Os que bebiam chá, os jogadores de damas, os mercadores e os artesãos, todos se precipitaram na direção do pobre que tentava falar…
Revirando os olhos, o que podia ser entendido como a angústia de um moribundo, o viajante sussurrou algumas palavras incompreensíveis, ao mesmo tempo que apontava, com uma mão trémula, para uma grande bolsa de couro que trazia presa à cintura. Em seguida, elevando um dedo para o céu, recitou a Fatiha (oração diária) … A cabeça voltou a pender sobre o ombro… Estava morto!
A multidão que, entretanto, se tinha aglomerado, estava imóvel. Quem seria ele? De onde viria? Para onde iria? Ninguém era capaz de responder. Prepararam o cadáver e enterraram-no, no dia seguinte, num pequeno cemitério situado bem longe das casas, por detrás das primeiras dunas.
Na sala do café, foi decidido fazer o inventário dos objetos que o desconhecido transportava no seu camelo e dos que se encontravam nele. Numa das bolsas, roupas; na outra, diversos objetos indispensáveis aos viajantes; mas, na grande bolsa de couro negro que trazia à cintura, descobriu-se, com estupefação, um tesouro! Colares, braceletes, diademas, anéis, fivelas, pedras preciosas e peças em ouro amontoavam-se na mesa do café…
♦♦♦♦♦
Toda a gente se entreolhou em silêncio, mas todos pensavam o mesmo: "Que vamos fazer com estas riquezas? Reparti-las? Distribuí-las pelos pobres?" Estava instalada a discussão e cada um, querendo que a sua opinião fosse adotada, protagonizava uma rápida subida do tom de voz. Não tardariam as escaramuças. Seria mais avisado pedir a opinião da djemaa, o conselho dos anciãos.
Sob a autoridade do imã da mesquita, os dez anciãos de In-Amènas reuniram-se no dia seguinte. Foi decidido vender o camelo e o conteúdo das duas grandes bolsas e dar o dinheiro apurado aos pobres. Sábia decisão que todos aplaudiram. E o tesouro? Após longa e cuidadosa reflexão, o imã sentenciou que o tesouro seria enterrado na sepultura do desconhecido.
Esquecida a deceção, pensou-se que, afinal, fora esta a decisão mais acertada. Esse tesouro teria, porventura, despoletado invejas, rancores, porque cada um pensaria, certamente, que os outros teriam sido mais favorecidos que ele próprio. O tesouro desconhecido voltaria ao nada. Um buraco muito profundo foi cavado ao pé do túmulo e aí foi lançado o saco.
♦♦♦♦♦
Passaram-se meses, passaram-se anos… A pequena aldeia de In-Amènas já tinha esquecido o incidente e retomado a sua vida normal. Os camponeses bebiam chá, outros jogavam dominó, os mercadores dormitavam e as crianças recitavam versículos do Corão… quando um dia, de repente, ecoaram imensos gritos que pareciam vir do cemitério… Quem podia gritar daquela maneira? Toda a gente correu na direção das sepulturas e, no sítio da do viajante desconhecido, viram o imã deitado ao pé da cova com os braços enterrados no buraco que havia escavado. Era ele que soltava aqueles gritos terríveis…
Os primeiros que chegaram puxaram-no pelos pés para o tirar daquela posição deplorável. Tempo perdido! As suas duas mãos estavam presas à bolsa de couro negro que parecia tão pesada como um rochedo de várias toneladas… Toda a gente compreendeu, então, que o imã tinha querido recuperar o tesouro e que se tinha ordenado que o enterrassem era para, mais tarde, o poder reaver…
Mas, no imediato, era necessário tirá-lo daquela posição miserável. Puxaram-no pelos braços, pelas pernas, pelo corpo… Em vão! Os mais caridosos construíram um pequeno abrigo de palmas sobre a cabeça do imã, evitando, assim, uma insolação. Só ao fim da tarde, vencido pela dor, é que o imã se sentiu obrigado a reconhecer a sua falta diante de toda a aldeia, que, entretanto, se tinha reunido à sua volta:
— Não passo de um ganancioso! Sou indigno da vossa confiança. O que fiz não tem perdão. Quis recuperar o tesouro e guardá-lo só para mim!
Mal acabou de proferir estas palavras, as mãos separaram-se da bolsa… Mas, quando se pôs de joelhos diante da sepultura, apenas tinha dois tocos queimados pelo fogo nas extremidades dos braços. Apressou-se a deixar a aldeia e foi esconder a sua vergonha numa das montanhas de Aïr.
Voltaram a tapar o buraco escavado pelo imã e todos tentaram esquecer o incidente.
♦♦♦♦♦
Contudo, seria possível esquecer que na sepultura do viajante havia um tesouro digno de um rei? Seria possível ignorar que esse ouro poderia transformar um pobre camponês num senhor ainda mais rico que um sultão?
Ali não pensava noutra coisa, e refletia sem cessar… Foi assim que arquitetou um plano que lhe permitiria, no seu entender, recuperar o saco sem lhe tocar… Ali era burriqueiro. Ganhava a vida a transportar, com o seu animal, pedras, areia ou legumes. Montado no dorso do burro, tinha muito tempo para pensar no desenrolar do seu plano. No entanto, decidiu esperar alguns anos, o tempo necessário para fazer cair no esquecimento o que se tinha passado.
Quando chegou o momento que lhe parecia mais propício, saiu de noite e dirigiu-se ao cemitério. Tirou uma das duas pedras presas na sepultura e, com a pá, cavou um buraco onde sabia que se encontrava a bolsa com o tesouro. De facto, descobriu a bolsa de couro com as duas mãos do imã enegrecidas ainda coladas a ela, uma de cada lado. Não tocou em nada e, sentado junto à sepultura, esperou o nascer do sol.
De manhã, viu caminhar na sua direção o pequeno Mohamed. Mohamed era demasiado jovem para ter ouvido falar da bolsa com o tesouro. Conduzia um burro e dirigia-se ao palmeiral. Ali levantou-se e pediu-lhe que tivesse a amabilidade de descer à cova a fim de reaver a bolsa que, inadvertidamente, lhe tinha caído.
Mohamed parou e olhou para a bolsa no fundo do buraco:
— Mas por que é que tu não a podes ir buscar?
— Porque fiquei com uma dor nas costas, ontem ao fim do dia, — respondeu Ali, agarrando-se aos rins e esboçando um esgar de dor — não me posso baixar.
— Nesse caso, segura o meu animal que eu vou buscar a tua bolsa.
Mohamed desceu à cova, pegou na bolsa e subiu. Não viu que as duas mãos do imã se soltaram e rolaram para o fundo do buraco.
— Toma a tua bolsa — disse.
Ali estava felicíssimo: a maldição deixara de existir! Aproximou-se, agradeceu a gentileza a Mohamed e pegou na bolsa. Mas, de repente, soltou gritos de dor. As suas duas mãos ficaram presas à bolsa de couro e Ali quase desmaiou… E a bolsa rolou para o fundo da cova, arrastando-o com ela! Uma fumaça espessa emanava do corpo, que se calcinava, espalhando um odor infeto. Mohamed estava aterrorizado e não compreendia o que se passava; tentou puxar o seu companheiro pelos pés, mas depressa desistiu.
Alertados pelos gritos inumanos do ladrão, os habitantes da aldeia reuniram-se de novo à volta da sepultura… Os mais velhos sabiam muito bem o que estava a acontecer e pediram a Ali para reconhecer rapidamente a sua falta.
— Perdoai-me. Quis roubar o tesouro do viajante. Sou um ser indigno!
Nesse preciso momento, as mãos do ladrão separaram-se dos braços e permaneceram coladas à sacola. Quando se levantou, verificou que apenas tinha nas extremidades dos braços dois cotos enegrecidos pelo fogo do inferno. Apenas lhe restava fugir da aldeia se não quisesse ouvir as reprimendas dos amigos.
Mas a lenda não acaba aqui... Os anciãos da aldeia de In-Amènas reuniram-se e decidiram fazer desaparecer para sempre a bolsa que já tinha provocado tanta dor! Pediram, então, a Mohamed, para pegar nela – ele que nunca tinha pensado em roubar podia pegar-lhe sem dificuldade – e imploraram-lhe que a escondesse na montanha. Foi o que fez… e, logo que voltou à aldeia, ninguém lhe perguntou nada.
♦♦♦♦♦
Pois bem, amigos, estão avisados: se, um dia, encontrarem numa gruta da montanha de Tassili N'Ajjer uma bolsa de couro negro, não toquem nela! Sabem bem o risco que correm!
Os anciãos de In-Amènas que contam esta lenda acrescentam para concluir: "A bolsa do tesouro é o que tu desejas. As mãos queimadas são os remorsos que te farão sofrer se pegares no que não te pertence. E o jovem Mohamed, que pode tocar na bolsa sem se ferir, é a felicidade prometida àquele que não tem maus pensamentos. No entanto, a bolsa escondida na montanha é também a esperança de nos tornarmos ricos um dia, mas na condição de sermos tão puros como o pequeno Mohamed! Parece não haver muita esperança para nós… mas, quem sabe? …"
André Voisin
Contes traditionnels du désert
Toulouse, Ed. Milan, 2002
(Tradução e adaptação)
A Equipa Coordenadora do Clube das Histórias
Concurso de Fotografia Científica "Química em Flash" (Fábrica de Ciência Viva de Aveiro)
Datas importantes do presente
concurso:
Abertura: 10 novembro 2011
Entrega de trabalhos: até 06 junho 2012
Apreciação do júri: até 29 junho 2012
Entrega de prémios: julho 2012
Exposição
de fotografias: julho-setembro
2012
Ficha de Inscrição
Regulamento
Não há estranhos para mim
A história seguinte é a última do ciclo de histórias dedicado ao valor da RETIDÃO
Há muito, muito tempo, quando eu era criança, o meu avô levou-me a visitar o seu pomar.
― É o último bocadinho de terra que possuo, desde que vim viver para a cidade ― disse-me, enquanto cumprimentava toda a gente.
― Avô, como fazes para conhecer tanta gente? ― perguntei-lhe, enquanto corria para o acompanhar.
Ele parou para esperar por mim.
― Não os conheço pelo nome, conheço-os pelo coração. Sabes, querida, não há estranhos para mim.
― Porquê? ― perguntei, dando-lhe a mão.
Sorriu alegremente e respondeu:
― Porque eu e o meu coração somos livres.
Depois de caminharmos um pouco, disse:
— Sabias que, nos tempos tristes da escravatura, eu costumava andar com sementes de macieira no bolso, e acreditava que, quando fosse livre, haveria de as plantar no meu próprio pedacinho de terra?
― Não, não sabia.
― Um dia, dei-me conta de que isso só aconteceria quando nós mesmos lutássemos pela liberdade. Então, uma noite, fugimos.
― Quem é “nós”?
― Eu, a tua avó Polly e a tua mãe, que era bebé na altura ― respondeu, acariciando os meus caracóis. ― Tínhamos medo, claro, mas fomos cuidadosos.
Parou de falar, enquanto relembrava aqueles tempos…
― Quando chegámos ao Norte, já tínhamos passado por muitos estranhos e por muitos perigos. Estávamos junto ao rio Ohio e éramos quase livres, quando nos demos conta de que a fome e o cansaço eram demasiado grandes para continuarmos a andar. Então, escondemo-nos num celeiro ali perto. Dormimos toda a noite, como há muito não fazíamos. De madrugada, um homem veio mungir as vacas e a nossa bebé chorou. Ficámos petrificados. O nosso desespero era tanto que nos sentíamos capazes de atravessar o rio a nado, só para sermos livres! Nunca mais voltaríamos para trás!
Passados todos estes anos, o meu avô ainda tremia só de pensar naqueles tempos. Peguei-lhe na mão com força.
― O homem percebeu que não estava sozinho. Mas não olhou para a nossa cor; olhou para a nossa aflição. Era branco, mas ajudou-nos. Nunca me perguntou o nome, embora me dissesse o dele. Chamava-se James Stanton e era membro do Caminho-de-Ferro Clandestino.
― Oh! ― exclamei. ― Aquelas pessoas que ajudavam os escravos a viajar para o Norte?
― Aqueles que nos ajudaram quando mais precisávamos. James e a mulher, Sarah, não viram na tua mãe uma menina negra, apenas um bebé com fome. Deram-nos de comer e ajudaram-nos a atravessar o rio na noite seguinte.
― Isso é que foi sorte, avô! ― alegrei-me, agarrando-lhe a mão com força.
― Não sei se foi sorte, querida. Tínhamos de confiar em Deus. Tínhamos tomado a resolução correcta e nunca nos faltou a ajuda. E conseguimos. Sei o que é precisar de ajuda e recebê-la. Por mim, nenhum estranho ficará caído no chão sem que eu lhe estenda a mão.
Caminhámos em silêncio e o ar primaveril trazia até nós o cheiro fresco e doce das macieiras em flor.
― Quando chegámos ao Norte, a tua avó e eu trabalhámos arduamente para quem nos quisesse contratar. Arámos terra, apanhámos fruta, mungimos vacas, cosemos pão e ferrámos cavalos até termos dinheiro suficiente para comprarmos um pedaço de terra. Este!
E mostrou-me um belo pomar, cheio de macieiras em flor.
― Lembras-te das sementes com que eu andava sempre no bolso? Peguei nelas e plantei-as no nosso pedacinho de terra. De cada vez que plantava uma, lembrava-me de uma pessoa que me tinha ajudado. Olha para todas estas flores!
O meu avô tirou uma maçã de cada bolso.
― Essas vieram da tua cave, avô?
― Vieram. Guardei-as para as comermos juntos.
Sentámo-nos a comer.
― Avô, será que um dia poderei plantar uma semente de memória aqui?
O meu avô sorriu, comovido:
― Podes fazê-lo agora mesmo.
Plantei as sementes da maçã que comera. Enquanto isso, o meu avô observava os meus gestos, relembrando, sem dúvida, o que fizera muito anos atrás.
― Não me esquecerei do que fizeste hoje ― disse o meu avô, levando a mão ao peito.
― E eu não esquecerei o que me contaste, avô.
E nunca esqueci.
― Então agora percebes por que razão não há estranhos para mim ― disse o avô, com uma alegria imensa estampada no rosto, enquanto acenava para o céu.
Ann Grifalconi; Jerry Pinkney
Ain’t nobody a stranger to me
New York, Hyperion Books for Children, 2007
(Tradução e adaptação)
A Equipa Coordenadora do Clube das Histórias
iPad TT
Tradução do diálogo:
"Pai, gostas do iPad que te oferecemos no teu aniversário?"
"Sim, muito!"
"E as aplicações, não te criam problemas?"
"Não, nenhuns!"…
"Sim, muito!"
"E as aplicações, não te criam problemas?"
"Não, nenhuns!"…
sexta-feira, 23 de março de 2012
Páscoa
Para os cristãos, a Páscoa representa a data da Ressurreição de
Cristo e que é uma continuação da homenagem em memória da saída dos judeus do
Egipto.
Assim, o dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que
ocorre no dia ou depois de 21 de março. Entretanto, a data da Lua Cheia não é a
real, mas ocorre após ou no equinócio da Primavera boreal, adoptado como sendo
21 de março (Concílio de Niceia 325 d.C.).
A quarta-feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e, portanto,
a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.
O Domingo de Páscoa é a ressurreição, simbolizada pelo ovo,
significando o nascimento – a nova vida.
A tradição de oferecer ovos vem da China.
No dia 15 de abril, ao abrir o seu ovo de Páscoa, lembre-se que a paciência
chinesa é responsável por essa tradição.
Há vários séculos os orientais preocupavam-se em embrulhar os ovos
naturais com cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterraba.
Ao retirá-los do fogo, ficavam com desenhos mosqueados na casca.
Os ovos eram dados de presente na Festa da Primavera.
Os ovos eram dados de presente na Festa da Primavera.
O costume chegou ao Egipto.
Assim como os chineses, os egípcios distribuíam os ovos no início
da nova estação.
Depois da morte de Jesus Cristo, os cristãos consagraram esse hábito como
lembrança da ressurreição e no século XVIII a Igreja adoptou-o oficialmente,
como símbolo da Páscoa.
Desde então, trocam-se os ovos enfeitados no domingo após a Semana
Santa.
Há duas versões para explicar a substituição de ovos naturais pelos de
chocolate.
Uma delas conta que a Igreja proibia, durante a Quaresma, a
alimentação que incluísse ovos, carne e derivados de leite, mas essa versão é contraditória, pois, na Idade Média, era comum a
bênção de ovos durante a missa antes de entregá-los aos fiéis.
A hipótese mais provável é o início do desenvolvimento da indústria
de chocolate, por volta de 1828.
Mais informação
A Equipa da Biblioteca e Centro de Recursos do Agrupamento de
Escolas Dom Paio Peres Correia deseja a toda a comunidade escolar e seus
familiares, a todas as BECRE's e a todos os utilizadores deste blogue, uma
Páscoa Feliz.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água
(DMA) foi observado, a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no
capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda
21.
Nesse período, vários Estados foram convidados, como fosse mais
apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, actividades concretas que
promovam a consciência pública através de publicações e difusão de
documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e
exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos
e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.
A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit
para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contactadas.
Este kit tem como objectivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre
outras, de:
- Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável;
- Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e protecção da água, fontes e suprimentos de água potável;
- Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e sector privado;
- Participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA.
Os temas dos DMA anteriores foram:
- 2010: Água limpa para um mundo saudável
- 2009: Água e saúde
- 2008: Saneamento
- 2007: Lidando com a escassez de água
- 2006: Água e cultura
- 2005: Água para a vida
- 2004: Água e desastres
- 2003: Água para o futuro
- 2002: Água para o desenvolvimento
- 2001: Água e saúde
- 2000: Água para o século XXI
- 1999: Todos vivem rio abaixo
- 1998: Água subterrânea: o recurso invisível
- 1997: Águas do Mundo: há suficiente?
- 1996: Água para cidades sedentas
- 1995: Mulheres e Água
- 1994: Cuidar de nossos recursos hídricos é função de cada um.
A partir de 2001 ficou restrito a cada país a adopção da Agenda 21
As
Nações Unidas, através da resolução A/RES/47/193,
de 22 de dezembro de 1992, declararam o dia 22 de março de cada ano como o Dia
Mundial da Água. Este dia tem sido marcado, desde 1993, com iniciativas várias,
nacionais e internacionais, com o intuito de sensibilizar o público em geral
para a necessidade de conservar os recursos hídricos e para algumas questões em
particular, também relacionadas com a água.
(…)
No
nosso planeta há locais mais vulneráveis que outros a desastres naturais
associados ao elemento água, como inundações e secas, deslizamentos de terra,
avalanches e tempestades. Os efeitos destes desastres resultam não só das
condições geológicas e meteorológicas locais (há solos menos produtivos, mais
susceptíveis à erosão e degradação do que outros) como também do nível de
desenvolvimento humano local (nomeadamente em termos de actividades
económicas), sendo mais severos nos países em desenvolvimento. Tome-se o
exemplo do ineficiente ordenamento do território, que permite o crescimento
imobiliário irracional e a destruição de florestas e vegetação ripícola em
zonas inundáveis, tendo conduzido ao aumento do número de pessoas afectadas
pelas inundações.
Em
2001, as graves condições climatéricas que assolaram Portugal (precipitação
intensa com consequente subida de águas), especialmente no norte e centro do
país e no fim-de-semana de 26 a 28 de Janeiro, provocaram várias inundações e
deslizamentos de terras com perdas de vidas humanas e avultados danos materiais
avaliados em dezenas de milhões de contos, afectando não só terrenos agrícolas
como também parques urbanos, infra-estruturas imobiliárias e monumentais.
Por
exemplo, só no distrito de Coimbra, o rio Mondego transbordou em muitos locais,
incluindo na própria cidade de Coimbra, com consequente rebentamento de diques,
morte de gado cavalar e bovino e isolamento de uma freguesia de
Montemor-o-Velho, a Ereira. Vários agentes de autoridades como os fuzileiros da
marinha e os bombeiros contribuíram na evacuação da população de várias
povoações.
A
ONU defende que os efeitos deste tipo de acontecimentos poderá ser minimizado
envolvendo cidadãos, principalmente os de zonas sensíveis, em colaboração com a
protecção civil e o instituto de meteorologia, entre outras instituições
relacionadas, na elaboração de estratégias de gestão de desastres, incluindo os
planos de evacuação. Estas estratégias deverão incorporar não só conhecimentos
técnicos como também conhecimentos do fórum social e cultural.
(…)
A ONU ainda vai mais longe, apontando como uma das principais causas do
fracasso dos programas para abastecimento e saneamento de água potável em
países como a Índia, o Quénia ou o Nepal é a falta de participação das
populações. "Não é apenas uma questão de meios", admite Jan Pronk,
presidente da Wash (agência especializada da ONU para a água) e ex-ministro
holandês do Ambiente. É necessário envolver os cidadãos, informá-los para que
se deixe ter como resultado a "incompreensão absoluta entre o prestador [do
trabalho] e o beneficiário e, finalmente, a recusa por parte da população de
utilizar e pagar o serviço".
Faltará água se o Mundo não partilhar
A
escassez de água é cenário com probabilidade agravada, se não for feito melhor
uso deste recurso, lembram as Nações Unidas, que apelam à redução da poluição
pelos países ricos. As alterações do clima podem trazer mais sede.
Perto
da nascente ou da foz de um rio, todas as populações do Mundo estão no mesmo
barco, afirma um documento da ONU a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje
é assinalado. Para 2009 a
chamada de atenção recai nas águas partilhadas por dois ou mais países,
trate-se de rios, lagos ou aquíferos subterrâneos.
Isso
acontece em 263 situações e envolve 145 países, numa realidade natural que abrange
metade da superfície sólida da Terra. Nos últimos 60 anos, contabiliza a ONU,
foram estabelecidos 200 acordos bi ou multilaterais e registaram-se 37 casos de
conflitos violentos entre Estados pela posse de água.
O
apelo à partilha da água com gestão também partilhada é lançado perante a
perspectiva de um agravamento da disponibilidade do recurso: estão em causa,
lembram as Nações Unidas, as alterações climáticas (com previsíveis secas em
muitas regiões e arrastando também o degelo dos glaciares).
Mas
não é só a disponibilidade que poderá fazer com que em 2025 cerca de 1.800
milhões de pessoas vivam em zonas com absoluta escassez e dois terços da
humanidade sofram restrições no abastecimento. Os países industrializados estão
a poluir os rios ao lançarem neles resíduos que em 70% do volume não foram
tratados.
Os
rios transfronteiriços foram objecto de uma Convenção adoptada pela ONU em
1997, mas o documento não entrou em vigor, porque apenas 16 dos 35 países
necessários a ratificaram.
Do
Fórum Mundial da Água, após uma semana de trabalhos, as agências noticiosas dão
conta das três grandes forças ali representadas: governos (70 ministros, entre
os quais o ministro do Ambiente português), organizações não-governamentais e
empresas do sector da água e saneamento.
É
esperado que a reunião produza um documento final, mas ontem ainda não havia
consenso sobre a proclamação do acesso à água como direito fundamental do ser
humano ou necessidade fundamental. Em cada 15 segundos morre uma criança por
doenças relacionadas com a falta de água.
Fonte
Jornal de Notícias
Wikipedia
Confagri
quarta-feira, 21 de março de 2012
Dia Mundial da Árvore e da Floresta
A celebração do Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a 10
de abril de 1872, na cidade do Nebraska, Estados Unidos da América.
O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton,
que incentivou a plantação de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor
Day". John Stirling Morton conseguiu induzir toda a população a consagrar
um dia no ano à plantação ordenada de diversas árvores para resolver o
problema da escassez de material lenhoso.
A Festa da Árvore rapidamente se expandiu a quase todos os países
do mundo, e em Portugal comemorou-se pala primeira vez a 9 de março de 1913.
Em 1971 e na sequência de uma proposta da Confederação Europeia de
Agricultores, que mereceu o melhor acolhimento da FAO (Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura), foi estabelecido o Dia Florestal
Mundial com o objectivo de sensibilizar as populações para a importância da
floresta na manutenção da vida na Terra.
Em 21 de março de 1972 – muitas vezes estabelecido também como o início
da Primavera no Hemisfério Norte - foi comemorado o primeiro Dia Mundial da
Floresta em vários países, entre os quais Portugal.
O objectivo da comemoração do Dia Mundial da Árvore é sensibilizar
a população para a importância da preservação das árvores, quer em termos
ambientais como da própria qualidade de vida dos cidadãos.
Neste dia
decorrem várias acções de arborização, em diversos locais do mundo.
Fonte
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